Os países do Brics deram um passo significativo no debate sobre a taxação de grandes fortunas, conforme revelou o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, neste sábado. O bloco se prepara para anunciar oficialmente, em breve, seu apoio às negociações lideradas pelas Nações Unidas para a criação de uma convenção tributária internacional. A sinalização será formalizada por meio de uma declaração conjunta.
Segundo Haddad, a iniciativa demonstra o compromisso do Brics com o multilateralismo, ao apoiar o estabelecimento de uma Convenção-Quadro da ONU sobre Cooperação Internacional em Matéria Tributária. O anúncio foi feito durante a abertura da 1ª Reunião de Ministros de Finanças e Presidentes de Bancos Centrais do Brics. O ministro ressaltou que o objetivo é garantir que as maiores fortunas do mundo contribuam de forma justa através de impostos.
“Trata-se de um passo decisivo rumo a um sistema tributário global mais inclusivo, justo, eficaz e representativo”, afirmou Haddad. Ele complementou, destacando que essa é uma condição fundamental para que os super-ricos do mundo todo arquem com sua parcela de contribuição em impostos. O ministro também mencionou que os membros do Brics estão estudando medidas para facilitar o comércio e ampliar investimentos dentro do bloco.
Ainda, Haddad planeja apresentar um documento intitulado “Visão do Rio de Janeiro para o FMI”, que servirá como um posicionamento conjunto a ser apresentado nos principais fóruns de governança global, incluindo o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial. “Atuando juntos, podemos ampliar a voz dos países emergentes e em desenvolvimento no FMI”, defendeu o ministro.
A Cúpula do Brics, que reúne 11 países – incluindo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – enfrenta desafios diplomáticos notórios, com ausências importantes como as de Xi Jinping e Vladimir Putin. Há incertezas em relação a pontos cruciais da declaração final, como a reforma do Conselho de Segurança da ONU e a resposta coletiva aos recentes bombardeios contra instalações nucleares no Irã.
Fonte: http://revistaoeste.com