O Partido dos Trabalhadores (PT) iniciou uma nova investida no campo digital, lançando um site dedicado a reunir influenciadores dispostos a promover as pautas do governo Luiz Inácio Lula da Silva. A iniciativa, apelidada nos bastidores de “gabinete do amor”, busca fortalecer a presença governista nas redes sociais e uniformizar a comunicação digital da militância petista. Essa estratégia surge como uma tentativa de mitigar o desgaste enfrentado pelo governo, especialmente no Congresso, e reconquistar espaço no ambiente online, onde a direita tem tradicionalmente se destacado.
Curiosamente, a tática adotada pelo PT espelha mecanismos que a própria legenda já criticou em outras ocasiões. Anteriormente, líderes petistas buscaram associar a atuação de influenciadores conservadores a práticas como disseminação de desinformação e formação de milícias digitais, embora sem apresentar provas concretas. Agora, o partido adota uma abordagem semelhante, porém de forma centralizada e institucionalizada.
A plataforma digital já impulsiona a campanha “Taxação BBB”, que defende a taxação de bilionários, bancos e casas de apostas. Essa iniciativa se alinha com o esforço do governo em compensar a isenção do Imposto de Renda para rendimentos de até R$ 5.000, uma promessa de campanha de Lula. O projeto de lei relacionado a essa taxação deve ser debatido no Congresso no segundo semestre.
Na página “Influenciadores com Lula”, os interessados são convidados a preencher um formulário com dados pessoais e informações sobre seus perfis nas redes sociais. Ao final do cadastro, podem indicar como desejam colaborar, seja espalhando conteúdo, criando material próprio, atuando como representantes locais, organizando eventos ou liderando equipes regionais.
Essa nova frente digital do PT representa uma resposta ao crescente engajamento da direita nas plataformas sociais. Desde a ascensão de Jair Bolsonaro, perfis conservadores dominaram o debate público em diversas plataformas. As tentativas anteriores da esquerda de conter esse avanço incluíram acusações de “gabinetes do ódio”, ações judiciais, campanhas de desmonetização e negociações com grandes empresas de tecnologia.
Fonte: http://www.conexaopolitica.com.br