Bolsa Família sob suspeita: Fraude pode atingir 1,4 milhão de famílias

Um levantamento recente aponta para possíveis fraudes no programa Bolsa Família, com cerca de 1,4 milhão de famílias omitindo informações sobre sua composição para garantir o recebimento do benefício. A análise, realizada pela DataBrasil a pedido do Poder360, cruzou dados do Cadastro Único com estimativas populacionais do IBGE, revelando inconsistências alarmantes. A prática mais comum seria a omissão de um dos cônjuges, especialmente quando este possui renda formal que impediria a concessão do auxílio.

A estratégia, segundo o estudo, envolve declarar que a mãe vive sozinha com os filhos, mesmo residindo com o companheiro. Essa omissão permite que a família continue recebendo os repasses do programa, destinados a famílias com renda de até R$ 218 por pessoa, conforme a Lei 14.601/2023. A análise da DataBrasil foi minuciosa, realizada município por município, revelando padrões preocupantes em diversas regiões do país.

Em Guaribas, no Piauí, por exemplo, o Censo aponta para 151 domicílios monoparentais, enquanto o Bolsa Família registra 617 famílias nessa condição. A discrepância sugere mais de 460 possíveis irregularidades apenas nessa cidade. Outra forma de burlar o sistema é a declaração de residência separada por ambos os pais, mesmo vivendo juntos, permitindo que cada um solicite o benefício individualmente como família unipessoal.

A análise revela que em 2.134 dos 5.571 municípios brasileiros, há disparidade entre os números oficiais de famílias monoparentais e os dados informados ao programa. Manaus, capital do Amazonas, lidera em números absolutos, com uma diferença de mais de 15 mil famílias. Proporcionalmente, Pracuúba, no Amapá, apresenta o pior cenário, com um número de famílias monoparentais no Bolsa Família muito superior ao registrado no Censo.

“Considerando que há centenas de trabalhadores com carteira assinada e dezenas de aposentados e pensionistas no local, é pouco provável que tantas famílias estejam realmente em situação de vulnerabilidade”, aponta a DataBrasil. A empresa ressalta que a presença de qualquer renda formal, como um salário mínimo, já é suficiente para impedir a concessão do benefício. A situação levanta questionamentos sobre a fiscalização e a necessidade de medidas para evitar fraudes no programa Bolsa Família.

Fonte: http://www.conexaopolitica.com.br

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