A gigante de tecnologia Meta informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que a conta do Instagram sob investigação, identificada como “GabrielaR702”, foi criada utilizando um endereço de e-mail associado a Mauro Cid. A informação, crucial para o inquérito em andamento, foi encaminhada ao ministro Alexandre de Moraes na última quarta-feira (18) e tornada pública nesta segunda-feira (23).
O relatório da Meta detalha que, além do e-mail com o nome de Mauro Cid, o cadastro da conta também continha um número de celular pertencente a Gabriela Cid, esposa do tenente-coronel. Dados complementares fornecidos pelo Google revelam que o e-mail foi criado em 2005 e registra a mesma data de nascimento do militar: 17 de maio de 1979.
Durante depoimento ao STF, Mauro Cid negou qualquer envolvimento com o perfil “GabrielaR702”. Questionado pelo advogado Celso Vilardi, defensor de Jair Bolsonaro, sobre o uso do Instagram para discutir sua colaboração premiada, Cid foi enfático em sua negativa. Ele admitiu conhecer uma pessoa chamada Gabriela, em referência à sua esposa, mas desconheceu a existência do perfil em questão.
O caso ganhou destaque após a publicação, pela revista Veja, de supostas mensagens trocadas pelo perfil investigado sobre o acordo de delação do militar. A defesa de Cid contesta a autenticidade das mensagens e solicitou ao STF uma investigação sobre a origem do perfil. A requisição da defesa motivou Moraes a solicitar os dados à Meta.
O advogado Eduardo Kuntz, representante do coronel Marcelo Câmara, também comunicou ao STF ter mantido conversas com Cid e apresentou as mensagens trocadas. Os registros da Meta confirmam a existência de diálogos entre Kuntz, o perfil “GabrielaR702” e Paulo Amador Cunha Bueno, advogado da equipe de Jair Bolsonaro. Após a divulgação dos áudios, Moraes decretou a prisão de Marcelo Câmara, sob acusação de tentar obter informações sigilosas sobre o acordo de colaboração premiada.
Fonte: http://revistaoeste.com
