Em entrevista ao jornal *O Estado de S. Paulo*, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, fez um balanço de seus 23 anos na Corte e abordou temas como a percepção pública do STF, a Operação Lava Jato e a regulação das redes sociais. Mendes destacou o papel do STF na manutenção da democracia brasileira, especialmente durante a pandemia de Covid-19.
Mendes afirmou que o STF possui apoiadores que reconhecem sua importância, mas que estes se manifestam de forma discreta. Em contrapartida, criticou o que chamou de “adversários barulhentos” da Corte. Ele também rebateu críticas à atuação do STF, comparando a situação brasileira com a de países onde tribunais foram desmantelados.
Ao abordar a Operação Lava Jato, Gilmar Mendes reiterou o orgulho de ter questionado os métodos da operação. “Fui a primeira voz relevante que apontou que o rei estava nu”, disse, referindo-se às críticas que fez à condução da Lava Jato e à atuação do ex-juiz Sergio Moro. Ele ainda reafirmou que não se arrepende de suas decisões, citando a canção de Edith Piaf: “*Non, je ne regrette rien*”.
Sobre as eleições de 2026, Mendes garantiu que a Justiça Eleitoral está preparada para o pleito e que medidas estão sendo tomadas para evitar abusos e a disseminação de notícias falsas nas redes sociais. O ministro também comentou sobre a regulação das redes sociais, defendendo que o STF precisa ser mais rigoroso com conteúdos como pedofilia e incitação à violência, mas negando qualquer intenção de censura.
Por fim, Gilmar Mendes defendeu o uso da Inteligência Artificial para auxiliar no controle do conteúdo veiculado nas redes sociais, alinhado com o entendimento do STF sobre o que pode ou não ser publicado. Ele ressaltou a importância de um debate aprofundado sobre o tema, preferencialmente no âmbito do Congresso Nacional.
Fonte: http://revistaoeste.com