Um Ano Após Enchentes Devastadoras, Porto Alegre Recorre Novamente a Sacos de Areia para Proteger a Cidade

Um ano após as enchentes que causaram destruição e perda de vidas no Rio Grande do Sul, Porto Alegre enfrenta novamente a ameaça das águas. A prefeitura da capital gaúcha anunciou nesta sexta-feira (20.jun.2025) o fechamento preventivo de três comportas do sistema de proteção contra cheias na Avenida Castelo Branco, utilizando sacos de areia e argila. As estruturas nº 11, 13 e 14, que apresentaram falhas durante as inundações de 2024, são o foco da ação.

O anúncio da administração municipal, liderada pelo prefeito Sebastião Melo (MDB), levanta questionamentos sobre as medidas tomadas para reparar e fortalecer o sistema de proteção após a tragédia do ano anterior, que resultou na morte de 184 pessoas. A prefeitura não detalhou quais intervenções foram realizadas nas comportas desde então, gerando incerteza sobre a eficácia das medidas preventivas.

Enquanto isso, as chuvas recentes no estado já causaram novas vítimas e desalojaram milhares de pessoas. Três mortes foram confirmadas e mais de 6.000 pessoas foram forçadas a deixar suas casas, com 107 municípios afetados. O governo gaúcho anunciou a liberação de R$ 60 milhões para auxiliar as cidades atingidas, mas a população permanece apreensiva diante da persistência dos riscos.

Segundo Bruno Vanuzzi, diretor-presidente do Dmae (Departamento Municipal de Água e Esgotos), a opção pelo uso de sacos de areia, embora mais demorada que o fechamento dos portões, visa garantir maior tranquilidade aos moradores durante a temporada de chuvas. “Pelo fato do posicionamento dos bags ser mais demorado do que o fechamento dos portões, optamos por fazer a operação agora, dando mais tranquilidade aos moradores para o resto da temporada de chuvas”, afirmou Vanuzzi em comunicado oficial. A declaração, no entanto, não esclarece o estado das comportas.

O Poder360 apurou que, das 14 comportas do sistema, apenas as de números 1, 2, 4 e 6 foram reformadas e permanecem móveis e abertas, enquanto as de números 3, 5 e 7 foram concretadas e fechadas definitivamente. As de números 8, 9 e 10 estão fechadas com portões, enquanto as de números 11, 12, 13 e 14 necessitam de sacos de areia e argila para serem fechadas. O uso contínuo de soluções emergenciais, um ano após a tragédia, expõe a fragilidade da infraestrutura e a urgência de medidas efetivas para proteger a população de Porto Alegre.

Em julho de 2024, o governo federal anunciou a liberação de R$ 6,5 bilhões para obras de macrodrenagem no Rio Grande do Sul, com R$ 2 bilhões destinados à reconstrução de diques, comportas e bombas na Região Metropolitana de Porto Alegre. No entanto, um ano depois, os recursos ainda não foram utilizados, o que gera preocupação e questionamentos sobre a demora na execução das obras de prevenção contra enchentes.

Fonte: http://www.poder360.com.br

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