A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) enfrenta uma grave crise interna. A União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin (Intelis) convocou assembleia geral para a próxima segunda-feira (23 de junho de 2025) para deliberar sobre o afastamento do diretor-geral, Luiz Fernando Corrêa, recém-indiciado pela Polícia Federal no caso da “Abin paralela”. A possibilidade de greve geral paira sobre a agência.
A escalada da crise foi impulsionada pelo indiciamento de Corrêa, acusado de obstruir as investigações sobre o uso da estrutura da Abin para fins ilegais durante o governo anterior. Além dele, o vereador Carlos Bolsonaro e o ex-diretor da Abin e deputado federal Alexandre Ramagem também foram indiciados no mesmo inquérito.
Em nota oficial, a Intelis expressou sua preocupação com a permanência de Corrêa no cargo. “A entidade entende que a permanência de um dirigente com esse histórico compromete a credibilidade da Agência e representa um risco ao funcionamento isento e técnico da Inteligência de Estado”, declarou a entidade, sinalizando o agravamento da situação.
A assembleia da próxima semana poderá definir os rumos da mobilização, incluindo a decretação de greve por tempo indeterminado. A insatisfação dos servidores se estende à falta de diálogo com o governo federal e à suposta falta de controle sobre informações sigilosas por parte da Polícia Federal e do Ministério da Justiça.
Luiz Fernando Corrêa assumiu a direção-geral da Abin em maio de 2023, já durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A Intelis argumenta que, da mesma forma que o diretor afastou funcionários citados nas investigações, ele também deveria se afastar do cargo para não incorrer nos mesmos riscos.
Fonte: http://www.poder360.com.br