O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, elevou a retórica em relação ao Irã, declarando que seu país tem a capacidade de atacar todas as instalações nucleares iranianas. A declaração inclui a instalação subterrânea de Fordow, complexo de enriquecimento de combustível situado sob uma montanha, reacendendo debates sobre a capacidade militar de Israel e as potenciais consequências de tal ação. A afirmação de Netanyahu ocorre em um momento de crescente tensão regional, com preocupações internacionais sobre o programa nuclear iraniano.
Apesar do ceticismo de especialistas militares sobre a viabilidade de destruir completamente a instalação de Fordow, Netanyahu insistiu que Israel “alcançará todos os seus objetivos”. Questionado diretamente sobre Fordow, ele reafirmou a capacidade israelense de atingir todas as instalações nucleares iranianas. Israel já realizou ataques aéreos contra diversos locais nucleares no Irã, incluindo instalações em Natanz, Teerã e Isfahan, além de ter eliminado cientistas e militares iranianos de alto escalão.
O futuro da questão nuclear iraniana também depende da postura dos Estados Unidos. A possibilidade de uma intervenção dos EUA no conflito Israel-Irã permanece em aberto, com analistas militares ponderando se os bombardeiros avançados americanos seriam necessários para destruir Fordow. O então presidente Trump indicou que sua decisão sobre atacar o Irã seria tomada em breve, enquanto aguardava possíveis negociações.
Netanyahu minimizou as preocupações sobre a avaliação da comunidade de inteligência dos EUA de que o Irã não estaria construindo uma arma nuclear. “A inteligência que obtivemos e compartilhamos com os Estados Unidos foi absolutamente clara… que eles estavam trabalhando em um plano secreto para armar o urânio”, afirmou Netanyahu. Ele acrescentou que o Irã estaria avançando rapidamente em direção a um dispositivo de teste, possivelmente em meses, e certamente em menos de um ano.
Por sua vez, o Irã nega a busca por armas nucleares, afirmando que o enriquecimento de urânio é para fins pacíficos. No entanto, o enriquecimento a 60% de pureza, nível alcançado pelo Irã antes dos ataques israelenses, não é necessário para fins pacíficos, gerando desconfiança. Um relatório recente da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) não encontrou evidências de um programa de armas nucleares, mas expressou preocupações sobre os níveis de enriquecimento do Irã. Céticos argumentam que o ataque de Israel ocorreu em meio a negociações dos EUA com o Irã e pode ter como objetivo explorar as fraquezas de Teerã após os ataques do Hamas.
Fonte: http://vistapatria.com.br