Moradora de Canoas revive terror de enchentes: ‘Foi mais um dia de pânico’

A forte chuva que castigou Canoas, no Rio Grande do Sul, na noite de terça-feira (17) e madrugada desta quarta (18), trouxe à tona memórias dolorosas para Patrícia Vargas, 51 anos, moradora do bairro São Luiz. A técnica em administração reviveu o trauma da enchente de maio de 2024, que devastou sua casa e a de sua mãe, de 75 anos. “Foi mais um dia de terror”, desabafa Patrícia, resumindo o sentimento de angústia.

A noite de temporal foi marcada pela insônia e pelo medo constante. “Não conseguimos dormir. Eram três horas da manhã e pensamos que a água iria invadir de novo a nossa casa”, relata Patrícia, ainda sob o impacto da lembrança. A água chegou perto, mas não ultrapassou a porta da cozinha, aliviando momentaneamente o pavor da família. No entanto, a experiência reacendeu as feridas da perda e da vulnerabilidade.

“Só quem perdeu tudo sabe o que isso significa. Eu tenho 51 anos. Eu nunca esperava passar por duas experiências dessas em tão pouco tempo”, lamenta Patrícia. Em maio do ano anterior, a residência da família foi inundada, atingindo mais de meio metro de altura. Móveis e eletrodomésticos foram perdidos, restando apenas uma geladeira como testemunha da destruição.

Apesar da experiência traumática do ano passado, Patrícia expressa sua decepção com a falta de medidas preventivas mais efetivas. “A gente está se sentindo meio abandonada. Ninguém do meu bairro dormiu na última noite. E aqui o nosso bairro é pequeno, tem cerca de 3 mil pessoas”, relata. Os moradores, em busca de apoio mútuo, criaram um grupo em um aplicativo de mensagens para alertar sobre os riscos.

A prefeitura de Canoas informou que está monitorando a situação, enquanto a Defesa Civil do Rio Grande do Sul alerta para o risco de alagamentos em diversas regiões do estado. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta vermelho, indicando grande perigo devido ao volume de chuvas previsto para os próximos dias. Até o momento, as chuvas já causaram duas mortes e deixaram mais de mil pessoas desalojadas no estado.

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br

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