A Petrobras reacende a chama da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, com a injeção de R$4,9 bilhões em novos contratos. A iniciativa ousada visa dobrar a capacidade de refino da unidade, que carrega o peso de ter sido um dos principais focos de investigação da Operação Lava Jato e encontra-se paralisada desde 2015.
Os contratos, assinados recentemente, foram concedidos à Consag Engenharia, parte do grupo Andrade Gutierrez. A empresa esteve envolvida nas investigações sobre o cartel de empreiteiras que fraudou licitações na Petrobras durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva, adicionando uma camada de controvérsia à retomada.
Segundo Magda Chambriard, presidente da Petrobras, a refinaria desempenha um papel estratégico para o país. “Sua reativação reforça o compromisso da estatal com o desenvolvimento econômico, além de ampliar a produção de derivados para atender à demanda nacional e de mercado”, afirmou em nota oficial.
A Abreu e Lima opera desde 2014 com apenas metade da sua capacidade original. A construção da segunda unidade foi interrompida após o início da Lava Jato. O projeto já consumiu US$ 18 bilhões e foi classificado pelo TCU como um exemplo de fracasso comercial bilionário.
Com a retomada das obras, a Petrobras planeja elevar a capacidade de refino da Abreu e Lima de 130 mil para 260 mil barris diários. A estatal aposta na geração de empregos e no estímulo ao crescimento econômico através de projetos industriais de grande porte. Para Mariana Cavassin, gerente de projetos da Petrobras, o projeto é “robusto, viável e traz retorno positivo para a empresa”.
Em janeiro, a Petrobras estimou que o custo total para a conclusão da refinaria ficaria entre R$ 6 bilhões e R$ 8 bilhões. A estatal cancelou a primeira licitação devido a preços considerados excessivos, buscando o consórcio que oferecesse o maior desconto na segunda rodada, como parte de uma nova abordagem de contratação focada na economia.
O planejamento estratégico do governo prevê um investimento de US$ 17 bilhões no setor de refino nos próximos cinco anos. Além da Abreu e Lima, a reativação das obras no antigo Comperj, outro projeto paralisado pela Lava Jato, também está nos planos.
Fonte: http://revistaoeste.com