Um contratempo técnico marcou a abertura da cúpula do G7 nesta terça-feira, quando uma falha no sistema de tradução simultânea utilizado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva causou uma interrupção no discurso do primeiro-ministro canadense, Mark Carney. O incidente ocorreu diante dos líderes das maiores economias do mundo, reunidos no evento sediado pelo Canadá, com Lula presente à mesa principal a convite de Carney.
A interrupção tornou-se evidente logo no início da fala de Carney. Lula, percebendo a ausência de áudio, manifestou sua insatisfação. “Tem que falar aí, a intérprete, não tá saindo”, reclamou o presidente, enquanto manuseava o equipamento.
Diante da situação, Carney interrompeu seu discurso e, com um toque de ironia, comentou: “Vamos esperar um minuto pela tradução, porque todas as palavras que eu vou falar valem ouro”. Ele acrescentou, em tom de brincadeira: “É tudo sem preço, de acordo comigo, claro”.
A tentativa de retomada do discurso foi novamente interrompida por Lula, que insistiu: “Manda falar qualquer coisa pra ver se o som sai aqui”. Assessores presidenciais e o intérprete oficial se mobilizaram para solucionar o problema, buscando a substituição do equipamento defeituoso.
A falha técnica gerou um momento de silêncio e certo desconforto entre os presentes. A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, chegou a sugerir que o presidente do Conselho Europeu, António Costa, fizesse a tradução diretamente para Lula, uma proposta que provocou risos entre os líderes presentes. Lula, concentrado na questão da tradução, não reagiu ao comentário.
O impasse durou cerca de dois minutos, enquanto Carney aguardava a troca dos aparelhos. Somente após receber a confirmação de que o áudio estava funcionando, o primeiro-ministro canadense retomou seu discurso, pedindo desculpas ao presidente brasileiro pelo inconveniente. Lula estava posicionado à mesa principal, com Carney à sua frente e o presidente francês, Emmanuel Macron, à sua esquerda.
Em outro momento da sua passagem pelo G7, durante visita ao Canadá na segunda-feira, Lula questionou a necessidade da existência do próprio grupo, defendendo que o G20 seria mais representativo para discutir temas globais. “Acho que, no fundo, no fundo, não há nem necessidade de existir o G7”, afirmou Lula, defendendo ainda o retorno da Rússia ao grupo.
Fonte: http://revistaoeste.com