A Câmara dos Deputados acendeu o sinal de alerta no governo ao aprovar, em votação expressiva, o regime de urgência para o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 314/2025. A proposta busca revogar o decreto governamental que elevou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), medida considerada crucial pela equipe econômica para equilibrar as contas públicas. A aprovação da urgência, com 346 votos a favor e apenas 97 contra, permite que o projeto seja votado no plenário a qualquer momento.
O resultado representa um revés para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que havia defendido o aumento do IOF como uma estratégia fundamental para impulsionar a arrecadação e assegurar a saúde financeira do governo em 2025. A aprovação da urgência intensifica a pressão sobre o governo, colocando em risco uma importante fonte de receita prevista para este ano.
Diante do cenário desfavorável, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, buscou minimizar o impacto da derrota. Em declaração, afirmou que a aprovação da urgência “não abala a confiança do governo no diálogo com o Legislativo para aprovar as medidas necessárias ao fortalecimento das contas públicas”. A declaração da ministra sugere uma tentativa de demonstrar resiliência e manter aberta a negociação com o Congresso.
Outros membros da base governista também se manifestaram sobre a votação. A deputada Maria do Rosário usou suas redes sociais para criticar a decisão da Câmara, assim como a deputada Talíria Petrone e o deputado Chico Alencar. A reação dos parlamentares indica uma divisão interna e a necessidade de o governo fortalecer sua articulação política para evitar novas derrotas no Congresso.
Fonte: http://www.poder360.com.br