O governo brasileiro, por meio do assessor especial Celso Amorim, reiterou o apoio ao direito do Irã de desenvolver e utilizar energia nuclear para fins pacíficos. A declaração foi feita durante um encontro com o secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, Ali-Akbar Ahmadian, em Moscou.
A posição do governo Lula da Silva abrange a concordância com o enriquecimento de urânio, processo que, embora possa ter aplicações pacíficas, também levanta preocupações devido ao seu potencial uso em estratégias militares, como a produção de armamento nuclear. Essa ambivalência inerente ao processo exige atenção redobrada.
Durante a reunião, ambos os representantes enfatizaram a importância de consultas regulares entre países independentes como forma de mitigar o unilateralismo nas relações internacionais. Amorim reafirmou o apoio brasileiro à autonomia nuclear do Irã, enquanto Ahmadian garantiu que Teerã está aberta ao diálogo, mas não cederá em sua capacidade de enriquecimento.
Ahmadian também aproveitou a oportunidade para criticar as ações de Israel na Faixa de Gaza, instando a comunidade internacional a se manifestar contra o que ele descreveu como uma tragédia humanitária. O representante iraniano defendeu a união das nações para responsabilizar os autores das violações.
Ao final do encontro, Brasil e Irã concordaram em fortalecer o comércio bilateral e os intercâmbios científicos, sinalizando um compromisso contínuo com a cooperação em diversas áreas. Esse estreitamento de laços ocorre em um contexto global complexo, marcado por tensões geopolíticas e desafios à segurança internacional.
Fonte: http://revistaoeste.com
