O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Meta, controladora do Instagram, preserve e forneça dados detalhados do perfil “@gabrielar702”. A medida, expedida nesta sexta-feira (13.jun.2025), visa investigar a possível ligação do perfil ao tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. O prazo para a Meta responder ao STF é de 24 horas.
De acordo com a decisão, Moraes exige acesso aos dados cadastrais do usuário, ao histórico de mensagens trocadas entre maio de 2023 e junho de 2025 e a informações sobre os dispositivos utilizados para acessar a conta. A íntegra da decisão está disponível para consulta.
A investigação foi desencadeada por uma reportagem da revista *Veja*, que sugere que Mauro Cid utilizou o perfil @gabrielar702 para manter comunicações sigilosas durante o período em que estava sob as restrições de seu acordo de delação premiada. Os diálogos, que teriam ocorrido entre janeiro e março de 2024, revelariam críticas de Cid a investigadores e alegações de que Moraes já teria definido sua sentença.
Vale lembrar que, em depoimentos anteriores ao STF, Mauro Cid negou veementemente o uso de contas alternativas para comunicação. A imposição de sigilo nas comunicações era uma das exigências primordiais estabelecidas pelo Supremo no acordo de colaboração.
A ironia é que a solicitação para apurar a titularidade e o uso da conta partiu do próprio Mauro Cid, que alega ser vítima de *“fake news”* e nega a autoria das mensagens. A defesa busca, portanto, esclarecer a situação, mas o desdobramento pode ser desfavorável ao ex-ajudante de ordens.
Caso se confirme a violação das condições impostas, o acordo de delação premiada de Mauro Cid poderá ser anulado, expondo-o a graves consequências criminais, incluindo a acusação de falso testemunho perante o STF. O caso segue sob investigação.
Fonte: http://www.poder360.com.br
