Uma operação da Polícia Civil no Rio de Janeiro libertou 62 pacientes mantidos em cárcere privado em uma comunidade terapêutica chamada Recomeçar, localizada em Itaguaí, região metropolitana. A ação resultou na prisão de 11 pessoas, incluindo dois administradores e nove monitores da clínica, que agora enfrentam acusações graves.
A investigação teve início em outubro de 2024, após a morte de um interno, Carlos Alberto da Silva de Oliveira, que faleceu em decorrência de pneumonia. A análise das circunstâncias da morte levantou suspeitas e revelou um padrão de abusos e maus-tratos dentro da instituição, motivando as autoridades a aprofundarem a apuração.
Segundo a polícia, os pacientes viviam em condições insalubres e eram submetidos a punições severas caso tentassem escapar. As sanções incluíam privação de alimentos, restrição de visitas familiares e, em alguns casos, agressões físicas. A internação, ironicamente, era custeada pelas famílias dos pacientes, que buscavam tratamento para seus entes queridos.
“Os pacientes eram mantidos em condições insalubres e, caso tentassem fuga, recebiam punições como privações de alimentos, visitas de familiares e, em alguns casos, agressões físicas”, detalhou um dos agentes envolvidos na operação. A ação policial contou com o apoio da Promotoria de Justiça de Itaguaí, reforçando o compromisso das autoridades em combater crimes dessa natureza.
Os detidos foram autuados em flagrante e responderão pelos crimes de sequestro, cárcere privado e associação criminosa. Apesar de se apresentar como uma clínica comprometida com a assistência psicossocial e à saúde de portadores de distúrbios psíquicos e dependência química, a Recomeçar agora enfrenta graves acusações que mancham sua reputação e colocam em xeque suas práticas de tratamento.
Fonte: http://www.poder360.com.br