Uma operação da Polícia Civil no Rio de Janeiro libertou 62 pacientes que eram mantidos em cárcere privado em uma comunidade terapêutica para dependentes químicos chamada Recomeçar, localizada em Itaguaí, na região metropolitana. A ação resultou na prisão de 11 pessoas, incluindo dois administradores e nove monitores da clínica.
A investigação teve início após a morte de um interno, Carlos Alberto da Silva de Oliveira, que faleceu em decorrência de pneumonia. A análise das circunstâncias que levaram ao óbito revelou um padrão de abusos e maus-tratos contra os pacientes da clínica, situada no bairro Santa Cândida, motivando a intervenção policial.
De acordo com a Polícia Civil de Itaguaí, durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão, os agentes constataram que os pacientes eram submetidos a condições insalubres e punições severas em caso de tentativa de fuga. As punições incluíam a privação de alimentos, restrição de visitas familiares e, em alguns casos, agressões físicas, apesar das famílias pagarem pela internação.
“Os pacientes eram mantidos em condições insalubres e, caso tentassem fuga, recebiam punições como privações de alimentos, visitas de familiares e, em alguns casos agressões físicas”, detalhou um dos agentes envolvidos na operação. A ação contou com o apoio da Promotoria de Justiça de Itaguaí.
Os 11 detidos foram autuados em flagrante e responderão pelos crimes de sequestro, cárcere privado e associação criminosa. O caso choca pela disparidade entre o discurso da clínica, que em seu site se apresenta como um local de “assistência psicossocial e à saúde a portadores de distúrbios psíquicos, deficiência mental e dependência química”, e a realidade encontrada pelos policiais.
Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br
