O setor varejista brasileiro registrou um recuo de 0,1% em maio de 2025, conforme o Índice de Varejo Stone (IVS), divulgado nesta quarta-feira. A comparação com o mesmo período do ano anterior revela uma retração ligeiramente maior, de 0,5%, indicando um cenário de estabilidade com leve tendência de baixa. Os dados da Stone, uma fintech que acompanha de perto o desempenho do comércio, oferecem um panorama detalhado da performance do setor.
Enquanto o comércio físico demonstrou um crescimento modesto de 0,5% em maio, o segmento digital apresentou uma queda mais expressiva, de 3,1%. Analisando o comparativo anual, o físico teve um avanço de 0,4%, enquanto o digital sofreu uma retração de 0,8%. Essa divergência sugere uma possível mudança nos hábitos de consumo ou uma adaptação do mercado a novas dinâmicas.
O levantamento da Stone também detalha o desempenho de diferentes setores dentro do varejo. Hipermercados lideraram o crescimento mensal com um aumento de 1,5%, seguidos por móveis e eletrodomésticos, que avançaram 0,7%. Artigos farmacêuticos, tecidos e vestuário também apresentaram resultados positivos, com um crescimento de 0,6% cada, enquanto artigos de uso pessoal e domésticos registraram um avanço de 0,5%.
Por outro lado, nem todos os segmentos tiveram um desempenho positivo. Papelaria registrou a maior queda, com 2%, seguida por combustíveis e lubrificantes, que recuaram 1,5%. Material de construção também apresentou um resultado negativo, com uma retração de 0,7%. Essa heterogeneidade demonstra a complexidade do cenário varejista.
Apesar da leve queda geral, alguns estados se destacaram positivamente. O Amapá liderou o crescimento anual com um aumento de 6,9%, seguido pelo Acre, com 6,3%, e Sergipe, que registrou 5,8%. No entanto, Mato Grosso do Sul teve a maior queda entre os estados, com 3,8%, seguido pelo Rio Grande do Sul, com 3,2%, e o Distrito Federal, com 2,7%.
De acordo com Matheus Calvelli, pesquisador da Stone, o mercado de trabalho tem mostrado sinais positivos, com a queda da taxa de desemprego e a geração de empregos formais acima do esperado. “Apesar disso, o comprometimento de renda das famílias segue elevado e a inflação, embora tenha vindo abaixo das expectativas no último mês, ainda permanece em um patamar alto”, conclui Calvelli, ressaltando os desafios que ainda persistem para o setor.
Fonte: http://www.poder360.com.br