A era digital transformou a comunicação, permitindo a disseminação instantânea de informações em escala global. As redes sociais, em particular, se tornaram instrumentos poderosos para a liberdade de expressão e organização cidadã, desafiando o controle estatal. Este cenário complexo apresenta um “dilema do ditador”, onde regimes autoritários, dependentes da internet para a economia, temem seu potencial de mobilização popular.
Diante desse dilema, muitos regimes autoritários adotam táticas que vão além da censura. Eles utilizam as próprias redes sociais para disseminar propaganda, manipular a opinião pública, monitorar cidadãos e reprimir dissidências. Estas iniciativas tornam-se cada vez mais evidentes, expondo as estratégias de controle em um mundo crescentemente conectado.
Historicamente, a instrumentalização do sistema judiciário tem sido uma ferramenta crucial para regimes que buscam legitimar suas ações. Ao cooptar o judiciário e imbuí-lo de ideologia, governos podem validar suas políticas sob um verniz de legalidade, consolidando seu poder.
A desaprovação de um governo em uma democracia frequentemente reflete falhas percebidas em áreas cruciais como economia, combate à corrupção e políticas sociais. A insatisfação popular, exacerbada pela polarização política, pode minar a confiança nas instituições e na capacidade do governo de atender às necessidades da população.
Atualmente, a desaprovação do governo Lula parece estar intrinsecamente ligada à percepção de um declínio no bem-estar econômico e a uma crescente crise de confiança nas instituições. Apesar dos investimentos em programas sociais como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida, pesquisas indicam que a popularidade do governo não acompanha o volume de recursos injetados.
Esta discrepância levanta questões sobre a eficácia de medidas que priorizam o populismo eleitoral em detrimento de soluções estruturais para os problemas do país. Para governos com características semelhantes ao atual, a ineficiência pode ser mascarada pela criação de um ambiente de confusão e debate constante.
A reforma tributária e a revisão do Código Civil, por exemplo, podem servir como cortinas de fumaça, desviando a atenção de problemas reais e urgentes. A tática de manter a mídia e a agenda política ocupadas com temas complexos pode obscurecer o desempenho aquém do esperado em áreas essenciais.
Ao criar um ambiente de turbulência controlada, o governo pode buscar fortalecer sua narrativa e perpetuar um projeto de poder a longo prazo. No entanto, essa estratégia pode adiar a implementação de soluções concretas para os desafios do país, gerando preocupações sobre a sustentabilidade fiscal e o futuro da nação.
Em um cenário de incertezas, é fundamental que os beneficiários de programas sociais, os eleitores e os consumidores estejam atentos aos riscos de uma política econômica insustentável. Como adverte o ditado popular, “quem semeia ventos colhe tempestades”, e as consequências de decisões equivocadas podem ser severas.
Fonte: http://revistaoeste.com