Representantes de importantes instituições financeiras, incluindo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), o BTG Pactual e o Itaú, uniram vozes neste sábado, 7 de junho de 2025, para expressar preocupação com a situação fiscal do Brasil. Em um tom de urgência, os executivos defenderam a implementação de medidas de ajuste para garantir a sustentabilidade das contas públicas. O alerta foi dado durante o Fórum Esfera, realizado no Guarujá (SP).
Isaac Sidney, presidente da Febraban, foi enfático ao afirmar que o atual “desequilíbrio fiscal” representa um risco iminente para a economia brasileira. Segundo ele, a situação pode se tornar insustentável caso não haja uma ação coordenada entre os Três Poderes e a sociedade civil. “Se não por bem, terá de ser por mal. Se nós não conseguirmos entender essa por bem, essa conta será absolutamente inadministrável e insuportável”, declarou Sidney.
André Esteves, líder do conselho administrativo do BTG Pactual, corroborou a necessidade de um ajuste fiscal, destacando que a preocupação transcende ideologias políticas e diferentes esferas de governo. “Vindo para cá, da entrada do hotel até o salão, eu encontrei 2 governadores, e eles me falaram sobre a necessidade de ajustar as contas públicas. São de partidos diferentes, posições políticas diferentes, de geografias diferentes. Está todo mundo angustiado com isso”, relatou Esteves, sinalizando um consenso generalizado sobre a urgência do tema.
Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú Unibanco, complementou o debate ao alertar para o potencial de crescimento da dívida pública, que poderia avançar até 3 pontos percentuais do PIB anualmente. Para Maluhy, o arcabouço fiscal vigente carece de mecanismos rápidos de contenção de despesas, comprometendo a eficácia do controle da dívida. O executivo revelou ter se reunido com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para apresentar “ideias, propostas e alternativas” à decisão do governo de ampliar a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Diante do cenário, as lideranças do setor financeiro defendem medidas estruturantes que impulsionem a produtividade e o crescimento do país, buscando, assim, a estabilidade da dívida e do endividamento. A mensagem central é de que a ação imediata é crucial para evitar um futuro econômico instável e desafiador para o Brasil.
Fonte: http://www.poder360.com.br