A possível revogação do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) ganha força no Congresso, com a decisão final agora nas mãos das lideranças partidárias da Câmara dos Deputados. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), sinalizou que a questão será debatida em uma reunião crucial neste domingo, com a presença de líderes e da equipe econômica liderada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A inclusão do projeto que anula o aumento do IOF na pauta da próxima terça-feira está condicionada ao consenso entre os líderes partidários, conforme explicou Motta após um evento com empresários em São Paulo. “Temos um respeito muito grande ao Colégio de Líderes”, afirmou o parlamentar, ressaltando a importância da deliberação coletiva.
O aumento do IOF, implementado por decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, gerou forte reação no Congresso, motivando a apresentação de diversas propostas para sua anulação tanto na Câmara quanto no Senado. A medida afeta diretamente operações de crédito empresariais e a compra de moeda estrangeira.
Em busca de um acordo, Haddad se reuniu com Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), recebendo um prazo de dez dias para apresentar alternativas ao aumento do imposto. Os congressistas também cobraram soluções estruturantes para as contas públicas, evidenciando a pressão por medidas mais amplas e eficazes.
A equipe econômica defende a elevação do IOF como essencial para garantir a arrecadação deste ano e evitar a paralisação de serviços públicos. O Ministério da Fazenda estima que a medida possa gerar mais de R$ 20 bilhões aos cofres federais, embora uma alteração que exclui fundos nacionais investidos no exterior possa reduzir esse valor em cerca de R$ 1,4 bilhão.
Na reunião deste domingo, o Ministério da Fazenda deverá apresentar propostas alternativas ao aumento do IOF. As sugestões já foram discutidas preliminarmente entre Haddad, Motta, Alcolumbre e o próprio Lula, cabendo agora aos líderes do Congresso a análise e decisão final sobre os próximos passos.
Motta adiantou que pretende propor o corte em isenções e subsídios fiscais como parte das negociações, defendendo também o avanço da reforma administrativa. A expectativa é de que representantes da Câmara e do Senado participem do encontro, embora a presença de senadores ainda não esteja totalmente confirmada.
Fonte: http://revistaoeste.com