Em um movimento surpreendente, o Partido da Causa Operária (PCO), tradicionalmente associado à esquerda, manifestou apoio à deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) após sua saída do país. A legenda classificou a situação da parlamentar como um caso de “perseguição política”, adicionando uma nova camada à controvérsia. A decisão de Zambelli de deixar o Brasil, alegando tratamento médico na Itália, gerou intensos debates e agora ganha este inesperado apoio.
Rui Costa Pimenta, presidente do PCO, elevou o tom ao classificar Zambelli como o “2º deputado exilado”. Ele criticou duramente a sentença imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF), considerando-a “claramente persecutória”. O partido argumenta que as ações do STF abrem um precedente perigoso, com potencial para levar ao exílio forçado de diversos cidadãos.
“Podemos acabar com um monte de gente exilada do país por causa do STF”, declarou o PCO em comunicado. “É uma crise. A condenação dela é claramente persecutória, não tem nada de legal. É uma perseguição política, e isso dá margem à situação que vemos.” A legenda reforça que, diante de um tribunal como o STF, qualquer pessoa teria justificativa para buscar refúgio fora do país.
O apoio do PCO a Zambelli surge em meio a desdobramentos judiciais complexos. A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao STF a decretação de prisão preventiva da deputada. A condenação de Zambelli, definida em 14 de maio, a sentenciou a 10 anos de prisão por envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em conjunto com o hacker Walter Delgatti Neto.
Segundo a denúncia, Zambelli teria comandado a invasão para emitir um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. Delgatti confirmou ter executado a ação sob as ordens da deputada. A defesa de Zambelli nega as acusações, mas o caso continua a gerar repercussão e agora conta com o inesperado apoio de um partido de esquerda que denuncia a atuação do STF.
Fonte: http://revistaoeste.com
