Em um cenário político tenso, a oposição no Congresso Nacional articula uma nova estratégia para a anistia dos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro. Liderada pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), a iniciativa busca um texto alternativo ao projeto original, que tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O pedido partiu do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), em busca de um consenso.
A proposta de Cavalcante visa perdoar penalmente os manifestantes, reconhecendo, contudo, os atos de depredação do patrimônio público e privado. Um ponto crucial da redação é a manutenção da responsabilidade civil dos participantes. Ou seja, mesmo anistiados, os condenados permaneceriam obrigados a reparar os danos causados, abrindo caminho para que a União, o Distrito Federal e outros entes lesados cobrem os prejuízos.
Nos bastidores, a movimentação de Motta é vista com cautela. Segundo Sóstenes Cavalcante, o presidente da Câmara estaria tentando ganhar tempo e evitar um confronto direto com o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal. “Motta pediu que eu elaborasse o texto”, revelou o líder do PL, indicando uma possível estratégia de mediação.
A proposta liderada por Davi Alcolumbre (União-AP), discutida com o líder da oposição, Luciano Zucco (PL-RS), também está na mesa. No entanto, Sóstenes Cavalcante já manifestou sua rejeição ao texto, sinalizando divergências internas na oposição. O debate promete ser acalorado e o desfecho ainda é incerto.
Fonte: http://revistaoeste.com