A Confederação Israelita do Brasil (Conib) elevou o tom contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), acusando-o de promover “antissemitismo entre seus apoiadores”. A entidade reagiu fortemente às declarações do presidente sobre o conflito na Faixa de Gaza, classificando-as como deturpações da realidade com o objetivo de atacar Israel. A nota da Conib, divulgada neste domingo (1º.jun.2025), marca um novo capítulo na crescente tensão entre o governo brasileiro e a comunidade judaica.
A reação da Conib foi desencadeada por declarações de Lula, nas quais ele criticou a atuação do governo israelense na Faixa de Gaza. O presidente afirmou que os ataques seriam motivados por “vingança de um governo pela possibilidade da criação de um Estado palestino”, reiterando a acusação de genocídio na região. As falas foram proferidas durante o congresso do PSB, em Brasília, onde Lula também mencionou a decisão de Israel de construir novos assentamentos na Cisjordânia.
“Israel não pratica genocídio em Gaza, e quem promove este libelo antissemita o faz buscando ganhos oportunistas ou ignorando os fatos”, rebateu a Conib em sua nota oficial. A entidade argumenta que as ações de Israel visam defender-se de uma organização terrorista, referindo-se ao Hamas, que se esconderia atrás de civis palestinos. A Conib expressou preocupação com o impacto das declarações de Lula na comunidade judaica brasileira.
A nota da Conib prossegue afirmando que o presidente, com suas falas, “parece querer criar problemas para a nossa comunidade ao promover o antissemitismo entre seus apoiadores, numa atitude irresponsável e destrutiva”. Lula também leu uma nota do Ministério das Relações Exteriores que condena a decisão de Israel de instalar 22 novos assentamentos na Cisjordânia durante o evento do PSB.
Em sua fala, Lula enfatizou que a guerra não representa o desejo do povo judeu: “Essa guerra, nem o povo judeu quer ela. A maioria do povo judeu não concorda com essa guerra, o povo de Israel não quer essa guerra. Essa guerra é uma vingança de um governo pela possibilidade da criação de um Estado palestino”. A declaração, no entanto, foi vista pela Conib como um incentivo ao antissemitismo, acentuando a controvérsia em torno da posição do governo brasileiro em relação ao conflito no Oriente Médio.
Fonte: http://www.poder360.com.br