O presidente francês, Emmanuel Macron, elevou o tom em relação à situação humanitária na Faixa de Gaza, defendendo que a União Europeia adote medidas mais rigorosas contra Israel caso não haja uma melhora substancial no cenário. A declaração foi feita durante uma entrevista em Singapura, onde Macron detalhou possíveis ações que a UE poderia tomar.
Entre as medidas sugeridas pelo líder francês, destacam-se a suspensão do acordo de associação entre a UE e Israel, um tema já em revisão, e a imposição de sanções econômicas. “Precisamos endurecer nossa posição porque, hoje em dia, isso é uma necessidade”, afirmou Macron, ressaltando a urgência de uma resposta humanitária efetiva.
A pressão de Macron reflete a crescente preocupação internacional com a crise em Gaza, onde a ONU e diversas organizações humanitárias denunciam as severas restrições à entrada de ajuda, agravando a situação da população civil. O bloqueio israelense, que se estendeu por mais de dois meses e meio, tem resultado em escassez de recursos básicos para os habitantes da região.
Além da questão humanitária, Macron reiterou a importância da solução de dois Estados para o conflito israelense-palestino. Ele anunciou que a França copresidirá, em junho, uma conferência da ONU em Nova York com o objetivo de promover essa solução, que prevê a coexistência pacífica entre Israel e uma Palestina independente e soberana.
Macron também abordou o reconhecimento do Estado palestino, classificando-o como um “dever moral” e uma “exigência política”. No entanto, ele estabeleceu condições para tal reconhecimento, incluindo a libertação dos reféns detidos pelo Hamas, a desmilitarização do grupo e sua não participação em um futuro governo palestino, além da criação de uma arquitetura de segurança regional.
Fonte: http://www.poder360.com.br