A CPI das Apostas Esportivas, instalada no Congresso Nacional, enfrenta um turbilhão de denúncias que envolvem propina, tráfico de influência e uma teia de relações obscuras entre políticos e lobistas.
O foco das suspeitas recai sobre um suposto esquema de extorsão a empresários do setor, onde o pagamento evitaria convocações à CPI. O senador Eduardo Girão (Novo-CE) trouxe à tona o nome do lobista Silvio de Assis, apontado como peça-chave nesse cenário.
A influência do lobista Silvio de Assis ganhou destaque após uma reunião entre o senador Ciro Nogueira (PP-PI) e o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), no ano passado. Na pauta, relatos de abordagens questionáveis a empresários do ramo das apostas.
Segundo parlamentares, há indícios de direcionamento seletivo nos requerimentos da CPI: quem paga, escapa. As acusações apontam para repasses de parte desse dinheiro a senadores supostamente envolvidos no esquema.
No centro das denúncias, emerge o nome da senadora Soraya Thronicke (União-MS), relatora da CPI. Girão repercutiu um relato de Silvio de Assis, no qual a senadora teria solicitado R$ 40 milhões para blindar empresários do setor de apostas de convocações.
“A senadora Soraya é uma das citadas”, declarou Girão, acrescentando que, através do lobista, a quantia milionária teria sido pedida para evitar depoimentos na CPI. Soraya Thronicke nega veementemente as acusações e demonstra apoio à oitiva do lobista.
A relação entre a relatora e o lobista se complica com a revelação de que dois parentes de Silvio de Assis, sua irmã e seu genro, ocuparam cargos de assessoria no gabinete da senadora. David Vinícius Oruê de Oliveira, genro do lobista, ainda figura entre os assessores da parlamentar.
O presidente da CPI, Hiran Gonçalves (PP-RR), manifestou que o caso é de competência da Polícia Federal, durante a sessão com Virginia Fonseca. A assessoria da senadora Soraya Thronicke aguarda o posicionamento do presidente da comissão para que os requerimentos sejam apreciados e garante total transparência na condução dos trabalhos.
Fonte: http://revistaoeste.com