A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) está no centro de uma polêmica após a demissão de Miled Cussa Filho, superintendente que colaborou com a Polícia Federal (PF). A decisão, oficializada na última sexta-feira, gerou forte repercussão no cenário político e levanta questionamentos sobre a integridade da estatal.
O afastamento de Cussa Filho chama atenção por ocorrer logo após o envio de informações à PF, que investiga suspeitas de fraudes em convênios de pavimentação na cidade de Campo Formoso, Bahia. Segundo apurações, o ex-superintendente teria fornecido dados cruciais para o avanço das investigações.
Documentos revelam que o prefeito de Campo Formoso, Elmo Nascimento, irmão do deputado federal Elmar Nascimento, teria apresentado pessoas investigadas na sede da Codevasf em Juazeiro, Bahia. O objetivo seria discutir parcerias que, posteriormente, se tornaram alvo da Operação Overclean.
A Codevasf justificou a demissão como uma “medida de precaução, que busca ampliar garantias de transparência e integridade”. No entanto, a alegação não convenceu diversos setores da política, que veem a medida como uma retaliação à colaboração do superintendente com a PF.
A Operação Overclean, que investiga um esquema de fraudes em licitações, chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) devido a uma possível ligação de Elmar Nascimento com o grupo sob suspeita. A PF encontrou indícios de transações imobiliárias entre o deputado e Marcos Moura, conhecido como “rei do lixo”, além de registros de um suposto pagamento de propina a um assessor.
Fonte: http://revistaoeste.com
