José “Pepe” Mujica, ex-guerrilheiro e ex-presidente do Uruguai, faleceu nesta terça-feira, aos 89 anos. A notícia foi confirmada pelo atual presidente uruguaio, Yamandú Orsi, através de suas redes sociais, marcando o fim de uma era na política do país e na esquerda latino-americana. A causa da morte não foi divulgada oficialmente.
“É com profundo pesar que anunciamos o falecimento do nosso colega Pepe Mujica. Presidente, ativista, líder e líder. Sentiremos muita falta de você, querido velho. Obrigado por tudo o que você nos deu e pelo seu profundo amor pelo seu povo”, escreveu Orsi em sua homenagem. A mensagem demonstra o impacto duradouro de Mujica na política e na sociedade uruguaia.
Em abril de 2024, Mujica havia revelado publicamente o diagnóstico de um tumor no esôfago, descoberto durante exames de rotina. Além disso, enfrentava uma doença autoimune que comprometia a função renal, o que complicava as opções de tratamento. Sua saúde já era uma preocupação nos últimos anos.
Nascido em Montevidéu em 1935, a trajetória política de José Mujica é singular. Iniciou sua militância no Partido Nacional, mas na década de 1960, se tornou um dos fundadores do Movimento de Libertação Nacional-Tupamaros, grupo guerrilheiro marxista que marcou a história do país. Sua passagem pela guerrilha o levou à prisão durante o regime militar uruguaio (1973-1985), onde permaneceu por cerca de 13 anos.
Com a redemocratização e a anistia, Mujica ingressou na Frente Amplia, coalizão de esquerda, ascendendo ao cenário político como deputado, senador e ministro da Agricultura. Em 2009, foi eleito presidente da República, governando de 2010 a 2015. Seu governo foi notório por implementar reformas progressistas, com foco na redistribuição de renda e na expansão dos direitos civis, deixando um legado marcante no Uruguai.
Fonte: http://www.conexaopolitica.com.br