A 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) encerrou, na última terça-feira (10 de junho de 2025), os interrogatórios de oito réus investigados por suposta tentativa de golpe de Estado. Entre os interrogados, destaca-se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), cujos depoimentos, assim como os dos demais envolvidos, foram integralmente transmitidos ao vivo.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o grupo é acusado de tramar para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito democraticamente em 2022. Os depoimentos, que tiveram início na segunda-feira (9 de junho), revelaram tensões, negações e pedidos de desculpas, agora acessíveis ao público em uma playlist no canal do Poder360 no YouTube.
O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, que firmou acordo de colaboração com o STF, abriu a sequência de depoimentos. Cid afirmou que Bolsonaro recebeu e solicitou alterações na controversa “minuta do golpe”. De acordo com Cid, o ex-presidente teria pedido a remoção de um trecho que previa a prisão de autoridades, incluindo o ministro Alexandre de Moraes, que na época presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Outros réus, como Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres e Augusto Heleno, também prestaram seus depoimentos, cada um com suas próprias alegações e defesas. Ramagem negou que arquivos encontrados em seus dispositivos representassem planos de ataque às urnas, enquanto Garnier negou ter colocado as tropas da Marinha à disposição de Bolsonaro para um golpe.
Bolsonaro, por sua vez, admitiu ter se reunido com comandantes das Forças Armadas para discutir um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), mas negou qualquer intenção golpista. Além disso, o ex-presidente pediu desculpas a Moraes por declarações proferidas em uma reunião ministerial em 2021, nas quais criticava o sistema eleitoral e insinuava irregularidades.
Os depoimentos de Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, e Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil, encerraram a rodada de interrogatórios. Nogueira também pediu desculpas a Moraes e negou ter discutido a “minuta do golpe”, enquanto Braga Netto negou ter entregue dinheiro a Mauro Cid para financiar ações golpistas. Os vídeos completos dos depoimentos, repletos de momentos tensos e declarações impactantes, estão agora disponíveis para consulta pública.
Fonte: http://www.poder360.com.br
