Escândalo no INSS: Ministro da CGU Desvia de Críticas e Aponta Herança do Governo Bolsonaro

O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius Carvalho, tem se esquivado de responder diretamente às críticas sobre a condução do caso das fraudes no INSS, que geraram tensões internas no governo Lula. As operações, realizadas em conjunto com a Polícia Federal, levantaram questionamentos sobre a atuação da CGU e a falta de alertas prévios. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, foi um dos que expressaram publicamente suas preocupações.

Em entrevista ao jornal *O Globo*, Carvalho evitou admitir falhas e reforçou o compromisso de sua gestão com o combate à corrupção, afirmando que sua missão é ser “intolerante com fraudes, desvios e corrupção”. Ele argumentou que a CGU optou por investigar e punir os responsáveis pelas irregularidades, em vez de ignorá-las ou tomar medidas superficiais.

Sobre as acusações de que não alertou o então ministro da Previdência, Carlos Lupi, Carvalho defendeu-se, afirmando que houve diversas reuniões com secretários da Previdência e que o Tribunal de Contas da União (TCU) já havia se manifestado sobre o caso. “A informação de que as pessoas não sabiam não procede”, declarou, ressaltando que a CGU realiza centenas de auditorias anualmente.

O ministro também buscou distanciar o governo Lula da origem do problema, alegando que os acordos de cooperação técnica que possibilitaram as fraudes foram firmados durante o governo Bolsonaro, entre 2021 e 2022. Segundo ele, isso explicaria o aumento dos descontos nos benefícios do INSS somente em 2023, já sob a gestão atual.

Questionado sobre o bloqueio de recursos de entidades ligadas ao governo, como a Contag e a Conafer, Carvalho negou favorecimentos e afirmou que a CGU agiu com base em processos de responsabilização já em curso. “Todas as entidades que tiverem fraudado os descontos ou praticado algum ato de corrupção serão responsabilizadas”, garantiu.

Por fim, o ministro abordou a questão da transparência de dados públicos, tema que tem gerado críticas à CGU. Ele reconheceu que houve restrições de acesso a documentos, mas justificou a medida pela preocupação em proteger dados pessoais sensíveis. “Não temos compromisso com o erro”, concluiu Carvalho, indicando que a situação está sendo corrigida.

Fonte: http://revistaoeste.com

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