São Caetano na Mira da PF: Clube é Investigado em Esquema Bilionário de Lavagem de Dinheiro

O São Caetano Futebol Clube, tradicional equipe do futebol paulista, está no centro de uma investigação da Polícia Federal sobre um esquema bilionário de lavagem de dinheiro com ramificações internacionais. A ligação do clube com as atividades ilícitas foi revelada na segunda fase da Operação Mafiusi, que cumpriu mandados inclusive na residência do secretário da Fazenda de Maringá, no Paraná.

As investigações apontam que o clube era utilizado como um dos mecanismos para a lavagem de capitais. A Polícia Federal apurou que o esquema envolvia o agenciamento de jogadores de futebol e negociações suspeitas de cotas do São Caetano. Conversas interceptadas indicam que cotas do clube foram alvo de negociações irregulares.

Um contrato de compra e venda de quotas do time em 2023 chamou a atenção dos investigadores, registrando um valor de R$ 9,2 milhões. A suspeita é de que o ex-presidente do clube atuava como laranja para o líder da organização criminosa alvo da Operação Mafiusi. A reportagem tenta contato com o clube e o espaço permanece aberto para manifestação.

A Operação Mafiusi foi deflagrada em diversas cidades do Paraná e de São Paulo, incluindo Maringá, Curitiba, São Paulo, e municípios da região metropolitana. Na residência do secretário da Fazenda de Maringá, foram apreendidos veículos de luxo, como uma Ferrari avaliada em R$ 1,4 milhão e uma Mercedes de R$ 1 milhão.

Ao todo, a operação cumpriu três mandados de prisão preventiva e doze de busca e apreensão, além de medidas patrimoniais que incluem o sequestro de imóveis e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras, totalizando aproximadamente R$ 13,89 milhões. A prefeitura de Maringá informou que a investigação não tem relação com a gestão municipal.

A nova fase da Operação Mafiusi tem como objetivo desarticular o núcleo financeiro de uma organização criminosa responsável por movimentar e lavar dinheiro proveniente do narcotráfico internacional. “As investigações apontam que o grupo também investiu recursos do tráfico em atividades aparentemente legais, incluindo a aquisição de um time de futebol por meio de interposta pessoa com histórico criminal”, informou a Polícia Federal.

Segundo a Polícia Federal, a quadrilha utilizava métodos sofisticados para ocultar a origem dos valores, incluindo empresas de fachada, fintechs, câmbio paralelo (dólar-cabo) e documentos fictícios. Os envolvidos responderão por crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e participação no tráfico internacional de drogas.

A reportagem tentou contato com o secretário de Fazenda de Maringá, que em nota informou que não teve acesso ao inquérito e que nada de ilícito foi encontrado na casa dele durante a operação. “Em minha residência, posso afiançar, que nada ilícito ou obtido de forma torpe foi encontrado e vamos ultimar esforços com nosso advogado para ter maiores detalhes e esclarecer os fatos”, disse o secretário.

Fonte: http://ric.com.br

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *