O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi detido preventivamente pela Polícia Federal na manhã deste sábado, após uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A prisão ocorreu em resposta a uma suposta tentativa de violação da tornozeleira eletrônica que Bolsonaro utilizava, substituindo a prisão domiciliar anteriormente em vigor.
Moraes, relator do caso, justificou a medida com base em novos elementos apresentados pela Polícia Federal, que apontam para um risco concreto de fuga e uma possível ameaça à ordem pública. A decisão marca uma escalada nas restrições impostas ao ex-presidente, que já cumpria prisão domiciliar.
Segundo a investigação, a Polícia Federal detectou uma tentativa de rompimento da tornozeleira eletrônica em 22 de novembro, às 8h. A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou os dados, corroborando a informação que motivou a ação do ministro do STF.
Além da tentativa de violação do dispositivo de monitoramento, o ministro Alexandre de Moraes considerou a possibilidade de Bolsonaro buscar refúgio em embaixadas próximas à sua residência. Esse ponto foi levantado com base em investigações anteriores sobre um possível pedido de asilo a representações diplomáticas, o que intensificou as preocupações das autoridades.
Moraes também ressaltou a recente fuga de investigados com ligações políticas a Bolsonaro como um fator determinante na decisão. O ministro entendeu que esse comportamento poderia indicar uma estratégia semelhante por parte do ex-presidente, aumentando o risco de fuga e justificando a prisão preventiva.
Outro ponto crucial na decisão foi a convocação pública, por um parlamentar e familiar de Bolsonaro, para uma vigília em frente à residência do ex-presidente. Moraes argumentou que essa mobilização poderia gerar aglomeração, dificultar a fiscalização e até facilitar uma possível fuga. Segundo o ministro, ações semelhantes já foram identificadas em outras investigações sobre atos antidemocráticos.
O ministro destacou ainda que Bolsonaro já havia descumprido medidas impostas anteriormente, incluindo publicações indevidas em redes sociais e comportamentos que contrariavam as regras da prisão domiciliar. Essas violações anteriores contribuíram para a decisão de Moraes de endurecer as medidas.
“Com a condenação a 27 anos e 3 meses de prisão prestes a transitar em julgado, Moraes avaliou que a permanência do ex-presidente em prisão domiciliar não seria suficiente para evitar riscos”, reportou o STF em nota oficial. A decisão foi cumprida pela Polícia Federal na manhã deste sábado, sem uso de algemas ou exposição midiática, conforme determinação do STF. A audiência de custódia está agendada para domingo, por videoconferência.
Fonte: http://ric.com.br
