O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou a prisão preventiva de Jair Bolsonaro (PL) neste sábado, intensificando o cenário político nacional. A decisão surge em meio a alegações de que o ex-presidente tentou romper sua tornozeleira eletrônica e planejava buscar asilo em uma embaixada, conforme detalhado na decisão judicial. A Polícia Federal (PF) já havia encaminhado ao STF um pedido de prisão preventiva, acendendo o alerta para o risco de fuga.
O pedido da PF ganhou força após a divulgação de um vídeo do senador Flávio Bolsonaro (PL), convocando manifestações em frente à residência de Bolsonaro, onde ele cumpria prisão domiciliar. A corporação interpretou a ação como uma estratégia similar à utilizada em tentativas de golpe em 2022, com o uso de uma “milícia digital” para disseminar mensagens de ataque e ódio contra as instituições. A PF argumentou que a mobilização poderia criar um ambiente favorável para a fuga de Bolsonaro, frustrando a aplicação da lei.
A decisão de Moraes cita o “tumulto causado pela reunião ilícita de apoiadores do réu condenado” como um fator de risco à prisão domiciliar e à efetividade das medidas cautelares. A proximidade da residência de Bolsonaro com a Embaixada dos Estados Unidos, a apenas 13 km de distância, também pesou na decisão, levantando suspeitas sobre uma possível tentativa de buscar refúgio diplomático. Além disso, Moraes ressaltou um histórico de planejamento de fuga para a embaixada da Argentina durante investigações anteriores.
Um ponto crucial na decisão foi a comunicação do Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal sobre a “violação” da tornozeleira eletrônica de Bolsonaro na madrugada deste sábado. Para o ministro, esse incidente reforça a intenção do ex-presidente de burlar o monitoramento e facilitar sua fuga, aproveitando-se da mobilização convocada por seu filho. A decisão também mencionou a situação de outros indivíduos, como Carla Zambelli e Alexandre Ramagem, além de Eduardo Bolsonaro, que estaria foragido nos Estados Unidos.
Diante da ordem de prisão preventiva, Bolsonaro foi encaminhado à Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde permanecerá custodiado em uma Sala de Estado Maior. O espaço, que difere de uma cela comum, é equipado com banheiro privativo, cama, mesa, cadeira e televisão, assemelhando-se às condições oferecidas ao ex-presidente Lula (PT) durante sua custódia em Curitiba. Moraes determinou acompanhamento médico permanente para Bolsonaro, restringindo visitas apenas a advogados e equipes médicas. A decisão de Moraes será submetida à Primeira Turma do STF, que avaliará sua manutenção ou anulação em sessão virtual extraordinária na próxima segunda-feira (24). Vale ressaltar que essa prisão preventiva não está relacionada ao cumprimento da pena de mais de 27 anos imposta a Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.
Fonte: http://ric.com.br
