A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), idealizada para impulsionar a imagem do Brasil como líder ambiental sob o governo Lula, enfrenta uma série de contratempos. Problemas logísticos, protestos e relatos de desorganização interna ganharam destaque na mídia internacional, desviando o foco dos objetivos climáticos do evento. O evento, sediado em Belém, Pará, transformou-se em um palco de críticas e insatisfações.
Os problemas estruturais, como altos preços de acomodação e escassez de alimentos, somados à insatisfação de manifestantes indígenas, contribuíram para a deterioração da imagem da conferência. A invasão da Zona Azul, área restrita a diplomatas e jornalistas, por ativistas da Marcha Global de Saúde e Clima, elevou a crise a um novo patamar. O incidente gerou confrontos e danos materiais, exigindo intervenção emergencial, conforme reportado pelo The Guardian.
Veículos de imprensa internacionais, como a CNN, destacaram os protestos e as reivindicações dos povos originários. Manifestantes exibiram faixas com mensagens como “Nossa terra não está à venda”, denunciando a exploração de recursos em terras indígenas. Uma liderança Tupinambá declarou à CNN: “Não podemos comer dinheiro… Queremos nossas terras livres da exploração de petróleo, de garimpeiros e de madeireiros ilegais”.
A frustração também se manifestou entre aliados de esquerda. Helen Cristine, do movimento Juntos, criticou a organização da COP30 em entrevista à Reuters, reproduzida pelo El País: “A COP30 não representa os povos originários. A organização é voltada para os empresários. A exploração de petróleo na Foz do Amazonas está destruindo o meio ambiente”.
Diante do caos, atividades programadas para o segundo dia da conferência foram canceladas prematuramente, conforme noticiado pelo jornal português Público. O Le Monde, da França, enfatizou a tentativa frustrada do movimento indígena de apresentar suas reivindicações dentro da Zona Azul. A COP30, que visava consolidar o prestígio internacional do Brasil, corre o risco de se tornar um catalisador do enfraquecimento do governo Lula.
