Saúde do Paraná sob lupa: Relatório do 2º quadrimestre revela desafios e avanços na Assembleia Legislativa

A Secretaria Estadual de Saúde do Paraná (Sesa) apresentou, na Assembleia Legislativa (Alep), o relatório detalhado referente ao segundo quadrimestre de 2025, compreendendo o período de maio a agosto. Gestores e servidores da pasta expuseram os investimentos, gastos e o cumprimento de metas em saúde pública, respondendo aos questionamentos dos deputados estaduais. A reunião, presidida pelo deputado Tercilio Turini (MDB), presidente da Comissão de Saúde, cumpriu as exigências da legislação que determina a prestação de contas quadrimestral do SUS.

“A prestação de contas é um momento importante para dar publicidade ao trabalho da Secretaria, divulgar o cumprimento do orçamento e os programas do governo, verificando se as metas estão sendo atingidas”, destacou Turini. O deputado ressaltou desafios como a realização de cirurgias eletivas e consultas especializadas, reconhecendo a evolução do programa Opera Paraná, mas enfatizando a necessidade de avançar ainda mais.

O relatório da Sesa revelou um investimento de R$ 4,87 bilhões em saúde pública entre maio e agosto, representando 12,68% da arrecadação total de impostos. Desse montante, R$ 3,7 bilhões foram liquidados no período. A pasta ainda executou R$ 676,9 milhões em restos a pagar, mantendo um saldo de R$ 944,3 milhões a serem liquidados, referentes aos exercícios de 2020 a 2024.

A taxa de mortalidade infantil foi um dos temas centrais do debate. Apesar de uma leve melhora em relação ao quadrimestre anterior, caindo de 11,3 para 10,8, o índice ainda supera a meta de 9,2. O diretor geral da Sesa, César Neves, reconheceu o desafio e garantiu que diversas ações estão em curso para alcançar a meta até o final do ano.

O deputado Dr. Leônidas (CDN) questionou o aumento da mortalidade infantil nos últimos anos, em comparação com as estatísticas mais favoráveis de 2020 e 2021. Neves explicou que a pandemia de Covid-19 impactou a vacinação infantil, aumentando a vulnerabilidade a doenças como coqueluche e meningite. “Essa criançada toda ficou sem o bom hábito de ir aos postos fazer a vacina. Esse espólio estamos pagando agora”, afirmou.

A deputada Secretária Márcia Huçulak (PSD) correlacionou a mortalidade infantil com a materna, também acima da meta, e destacou a Rede Alyne, iniciativa federal para expandir ações voltadas à saúde materno-infantil. O secretário estadual de Saúde, Beto Preto, mencionou outras iniciativas, como o Dia D de multivacinação e a Carreta Saúde da Mulher, que oferece exames gratuitos.

O deputado Arilson Chiorato (PT) questionou a destinação da diferença entre o valor empenhado e liquidado do orçamento, além do aumento de restos a pagar e um relatório da CGU sobre gastos com tratamento de pedra nos rins. Huçulak elogiou o crescimento do orçamento da saúde, 14,4% maior que em 2024, e o percentual de 12,68% destinado ao setor, acima do mínimo legal de 12%, mas alertou para a baixa cobertura vacinal nos municípios.

Além das metas já mencionadas, o relatório da Sesa apresentou o cumprimento de diversos outros indicadores do Plano Estadual de Saúde. No período, foram realizadas 34 auditorias, 87.365 procedimentos ambulatoriais de média e alta complexidade, e a produção hospitalar somou 109.597 procedimentos. O relatório completo está disponível no site da Sesa.

Fonte: http://www.assembleia.pr.leg.br

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