Às vésperas de um encontro crucial com o presidente americano Donald Trump na Malásia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva elevou o tom contra o cenário econômico global. Em Jacarta, durante agenda oficial com o presidente indonésio Prabowo Subianto, Lula criticou o protecionismo e defendeu a expansão do comércio em moedas nacionais, rejeitando o que classificou como uma “nova Guerra Fria”.
Lula propôs a criação de mecanismos que desafiem a dependência do dólar americano em transações bilaterais. Ele enfatizou que Brasil e Indonésia devem fortalecer seus laços comerciais de forma independente. “Indonésia e Brasil não querem uma segunda Guerra Fria. Nós queremos comércio livre”, afirmou Lula, ressaltando a importância de explorar a comercialização em moedas locais.
O posicionamento de Lula ocorre em um contexto de tensões comerciais crescentes, impulsionadas pelas políticas protecionistas de Trump. As tarifas impostas pelos EUA sobre produtos importados, incluindo exportações brasileiras, geraram insatisfação em Brasília e reacenderam o debate sobre alternativas ao sistema financeiro global dominado pelo dólar.
A Indonésia, por outro lado, negociou um acordo comercial com os EUA que gerou críticas veladas por parte do governo brasileiro. A avaliação é que o acordo concede vantagens desproporcionais aos americanos, colocando o Brasil em desvantagem competitiva no mercado internacional.
O governo Trump tem demonstrado resistência a iniciativas de desdolarização, incluindo o uso de moedas locais no comércio e a criação de uma moeda comum entre os países do BRICS. A reunião entre Trump e Lula promete ser um momento crucial para testar os rumos da diplomacia internacional, com o Brasil buscando alternativas ao isolamento comercial imposto por Washington.
