Em um Brasil onde a burocracia estatal parece paralisar o progresso, empresas como Uber, iFood e YouTube emergem como agentes de transformação, preenchendo lacunas deixadas pelo poder público. A inversão de prioridades é evidente: enquanto o governo acumula ministérios e impostos, são os aplicativos e plataformas digitais que oferecem oportunidades concretas, especialmente para jovens em situação de vulnerabilidade.
Este cenário, no entanto, não se configura como uma exaltação irrestrita ao setor privado, mas sim como um reflexo do abandono institucional. Dados revelam que mais de um milhão de brasileiros encontram no trabalho com entregas uma alternativa ao desemprego e à criminalidade, evidenciando a capacidade do mercado de suprir as necessidades onde o Estado falha.
O YouTube, por sua vez, assume o papel de maior centro de ensino informal do país, oferecendo acesso gratuito e imediato ao conhecimento. Essa realidade contrasta com o sucateamento das escolas públicas e a descontinuidade de programas federais, demonstrando que a população recorre a soluções alternativas quando o sistema educacional tradicional se mostra ineficiente.
“O Brasil de hoje abre um efeito colateral incômodo para o poder, ciente de que a confiança popular nos bilionários cresce, enquanto a dos políticos se dissolve”, aponta a análise original. A população não idolatra a riqueza, mas reconhece a capacidade de resolver problemas concretos, preferindo a eficiência à retórica.
Diante desse quadro, torna-se evidente a necessidade de repensar o papel do Estado, buscando uma atuação mais eficiente e focada na promoção da dignidade e no acesso a serviços essenciais. O desafio não é substituir o governo pelo mercado, mas sim garantir que o poder público cumpra sua missão, permitindo que a sociedade encontre seus próprios caminhos para o desenvolvimento e o bem-estar.
