Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), tem um novo líder interino. Luiz Sergio Claudino, conhecido como Serjão, assumiu a prefeitura nesta segunda-feira (13) após a prisão do prefeito Marcos Marcondes em uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A investigação apura um esquema de corrupção que envolve superfaturamento em contratos de saúde, atingindo secretários e empresários ligados à administração municipal.
De acordo com a prefeitura, todas as secretarias e órgãos municipais estão operando normalmente, garantindo a continuidade dos serviços públicos à população. “A Prefeitura reafirma seu compromisso com a transparência, a legalidade e o interesse público”, declarou em nota oficial. A administração municipal busca transmitir uma mensagem de estabilidade em meio à crise política.
Luiz Sergio Claudino, o Serjão, tem uma longa trajetória na política local. Nascido em São José dos Pinhais, ele se mudou para Fazenda Rio Grande em 1995 e ingressou na vida pública em 2004, exercendo o cargo de vereador por quatro mandatos. Em 2024, integrou a chapa de Marcos Marcondes, agora afastado devido às acusações de fraude em contratos da saúde.
A prisão de Marcos Marcondes e de outros quatro investigados ocorreu na última quinta-feira (9), sob suspeita de desvio de recursos públicos. A investigação do Gaeco, que se estende por seis meses, aponta para irregularidades em contratos da área da saúde na Prefeitura de Fazenda Rio Grande. Entre os presos estão o secretário municipal da Saúde, Francisco Roberto Barbosa, os sócios da AGP Saúde, Samuel Antonio da Silva Nunes e Abrilino Fernandes Gomes, e o auditor do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR), Alberto Martins de Faria.
As investigações revelaram que a Prefeitura de Fazenda Rio Grande e a AGP Saúde mantinham contratos desde 2022. O Ministério Público apontou que os valores pagos à AGP Saúde eram “incompatíveis com os serviços prestados”, indicando possível superfaturamento e desvio de recursos. A AGP Saúde teria recebido mais de R$ 9,5 milhões em contratos com a prefeitura.
Em nota, a defesa do prefeito Marcos Marcondes expressou “irresignação em face à desproporcionalidade da decisão que entendeu pela sua prisão cautelar”. A defesa alega que Marcondes sempre atuou com lisura e transparência, colaborando com as autoridades. O PSD, partido de Marcondes, informou que aguarda mais informações para se manifestar. O TCE-PR confirmou que Alberto Martins de Faria é servidor do órgão, mas estava afastado em licença não remunerada. A defesa de Fernando Gomes, também investigado, ressaltou a presunção de inocência do comentarista esportivo.
O Ministério Público apontou um aumento de 462% no patrimônio de Marcos Marcondes entre 2020 e 2024. O patrimônio do prefeito, que era de R$ 231 mil em 2020, saltou para R$ 1,3 milhão em quatro anos. O Gaeco também identificou movimentações suspeitas na conta bancária de Marcondes. O prefeito passou por audiência de custódia e permanece sob prisão preventiva no Complexo Médico de Pinhais.
Fonte: http://ric.com.br
