A Netflix enfrenta uma forte turbulência após Elon Musk incitar um boicote à plataforma, alegando preocupações com a programação infantil. O apelo do bilionário, amplificado nas redes sociais, resultou em perdas significativas no valor de mercado da empresa.
O movimento teve início com críticas de Musk a conteúdos da Netflix, que ele descreveu como portadores de uma “agenda ideológica”. Em uma postagem no X/Twitter, o empresário incentivou seus seguidores a cancelarem suas assinaturas “pela saúde de seus filhos”. A mensagem repercutiu entre perfis conservadores, que citaram a animação “Dead End: Paranormal Park” como um exemplo problemático.
A série, que apresenta um protagonista trans, se tornou o centro da controvérsia. O criador da animação, Hamish Steele, relatou ter sido alvo de ataques e mensagens homofóbicas após as declarações de Musk. A Netflix, até o momento, não se manifestou oficialmente sobre o boicote.
Desde o início da campanha, as ações da Netflix têm sofrido quedas consecutivas. Na quarta-feira (1º), primeiro dia do boicote, os papéis fecharam em US$ 1.170,90, representando uma queda de 2,34% em relação ao dia anterior. A tendência de baixa persistiu nos dias seguintes, com as ações atingindo US$ 1.153,32 na sexta-feira (3).
Essa desvalorização representa uma perda de mais de US$ 15 bilhões em valor de mercado em um período de aproximadamente 36 horas. Considerando os três dias de queda, as perdas podem chegar a US$ 17 bilhões, o equivalente a quase R$ 100 bilhões. Analistas de mercado aguardam para avaliar o impacto a longo prazo no número de assinantes, mas o “efeito Musk” já demonstra sua capacidade de gerar instabilidade.
