Cães em comunidades carentes do Rio de Janeiro estão se tornando vítimas frequentes da violência, sendo baleados após serem, supostamente, ‘jurados de morte’ por traficantes. Casos recentes demonstram uma crueldade alarmante, onde os animais são punidos por latidos, reações de proteção ou simplesmente por ‘incomodarem’ o poder paralelo.
Um dos casos mais recentes é o do cão Irajá, baleado na comunidade Para-Pedro, em Irajá. Segundo moradores, o animal já havia sido ameaçado e foi alvejado por traficantes, sofrendo ferimentos graves na pata dianteira esquerda. Ele foi prontamente socorrido e levado ao Hospital Veterinário Jorge Vaitsman, onde passou por cirurgia e segue em recuperação.
Em um período de 24 horas, dois cães foram baleados em diferentes comunidades e resgatados pela Secretaria Municipal de Proteção e Defesa dos Animais. O secretário Luiz Ramos Filho expressou preocupação com o aumento desses casos, afirmando que animais ‘jurados de morte’ se tornaram uma triste rotina. “Temos atendido muitos animais baleados… Só por ter latido ou avançado já é o suficiente para ser mais um nas estatísticas da violência”, lamentou o secretário.
A cadela Nina também foi vítima da violência, sendo baleada durante um confronto no Morro do Juramento. A bala atingiu o tórax e a pata dianteira esquerda do animal, que estava na porta de casa. Após receber atendimento veterinário emergencial, Nina teve alta e já está em casa, mas poderá precisar de novos procedimentos.
No início de setembro, o pitbull Hércules também foi baleado na favela do Batan, em Realengo. O animal, atingido por três tiros, recebeu tratamento no Hospital Veterinário Jorge Vaitsman e permanece sob os cuidados da prefeitura. A prefeitura informou que, após a recuperação, os animais serão encaminhados para abrigos e disponibilizados para adoção.
