O ministro Luís Roberto Barroso, que deixa a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) neste domingo, 28, revelou que ainda não decidiu se permanecerá na Corte. A decisão final, conforme declarou, será tomada após um retiro espiritual de uma semana, programado para outubro.
Na segunda-feira, 29, a presidência do STF será assumida pelo ministro Edson Fachin. Em entrevista à GloboNews, Barroso explicou que sua incerteza está ligada a planos pessoais que foram alterados. “Eu já disse isso com toda franqueza: quando minha mulher viva ainda tinha, nós tínhamos um ajuste de que eu sairia depois da minha presidência, para aproveitar o instante, para a gente passear. Essa motivação já não tenho”, afirmou.
Embora mantenha uma relação cordial com os demais ministros, Barroso admitiu a sensação de ter completado um ciclo no tribunal. “Vou fazer um retiro espiritual em outubro. Uma semana. E vou decidir. Eu gosto do STF. Tenho uma relação boa com meus colegas. Às vezes tenho a sensação de ter cumprido um ciclo. Não quero lugar de nenhum embaixador”, disse.
O ministro também enfatizou que, caso opte por continuar no serviço público, sua preferência seria permanecer no STF. “Se for pra ficar no setor público eu ficaria no Supremo. O Supremo tem muitas coisas boas. Tem um lado negativo: a exposição das pessoas que você gosta. Minha mulher sofria, meus filhos. Um nível de maldade”, declarou, evidenciando o impacto da vida pública em sua família.
A indefinição sobre o futuro de Barroso ocorre em um momento de considerável pressão política e críticas direcionadas ao STF, que tem enfrentado questionamentos sobre suas decisões. O cenário adiciona um elemento de expectativa quanto ao desfecho da reflexão do ministro.
