O assessor especial da Presidência, Celso Amorim, indicou uma possível mudança de tom por parte de Donald Trump em relação ao Brasil, após um encontro casual entre o ex-presidente americano e o presidente Lula nos bastidores da Assembleia Geral da ONU, em Nova York. A declaração foi feita em entrevista ao portal UOL, na sexta-feira (26). Amorim ressaltou a disposição de Trump em dialogar, afirmando que Lula ficou satisfeito com as palavras do republicano.
O breve encontro, ocorrido na terça-feira (23), culminou no agendamento de uma reunião formal entre os dois líderes. Amorim explicou que o formato do encontro ainda está sendo definido, com possibilidades que incluem um contato telefônico prévio ou um encontro em um local estratégico para ambos. “O importante é a disposição de conversar; e ela existe”, enfatizou o assessor presidencial.
Trump, durante seu discurso na ONU, referiu-se a Lula como “um cara muito legal”, descrevendo um abraço caloroso entre os dois. “Eu estava subindo aqui e o líder do Brasil estava saindo. Eu o vi, ele me viu e nós nos abraçamos”, disse Trump, demonstrando uma postura aparentemente mais amigável do que em interações anteriores.
Amorim avaliou o gesto de Trump como positivo, contrastando-o com a relação indireta e tensa que existia anteriormente, marcada por trocas de cartas com teor político. Ele ponderou que, embora a conversa não garanta a resolução de disputas comerciais, como a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, há indícios de uma postura mais branda por parte de Trump.
O assessor especial destacou que a reação de Trump após o julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal pareceu mais suave do que a de outros membros de seu círculo. “Já achei que, depois do julgamento de Bolsonaro, sua reação foi mais suave que de alguns outros funcionários”, concluiu Amorim, sugerindo uma possível mudança na dinâmica da relação entre Brasil e Estados Unidos.
Fonte: http://revistaoeste.com
