O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) elevou o tom contra o Senado Federal após a rejeição unânime da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) conhecida como “PEC da Blindagem” na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), determinou o arquivamento da proposta logo em seguida.
Para Bolsonaro, a decisão enterra uma tentativa de proteção contra supostas perseguições do Judiciário. Em suas redes sociais, o deputado classificou a situação como a implementação de um “regime de exceção por um Judiciário corrupto e aparelhado”. A PEC visava alterar artigos da Constituição Federal para exigir autorização do Congresso para processar ou prender parlamentares.
O parlamentar acusou os senadores de cederem a pressões externas, chamando-os de “serviçais complacentes dos tiranos”. Ele ainda alegou que a blindagem já existe para os “corruptos comparsas e cúmplices dos agentes do regime que estão no Judiciário”, indicando que a rejeição da PEC prejudica quem pensa diferente da esquerda.
A PEC, relatada pelo senador Alessandro Vieira (MDB-SE), foi considerada “absurda” e “vergonhosa” pelo relator. Otto Alencar (PSD-BA), presidente da CCJ, incluiu a proposta como o primeiro item da reunião com o objetivo declarado de “sepultar” a matéria, demonstrando forte oposição à sua tramitação.
As críticas de Eduardo Bolsonaro se estenderam às manifestações contrárias à PEC, realizadas em diversas capitais brasileiras e apoiadas por artistas e entidades progressistas. O deputado insinuou que parte do Congresso se deixou influenciar por uma narrativa midiática, declarando que os parlamentares estariam “reféns de desinformação e engodo”, e “desconectados com o povo”.
A manifestação na orla de Copacabana, que reuniu artistas como Chico Buarque e Gilberto Gil, também foi alvo de críticas. Durante o ato, foram tocadas músicas marcadas por episódios de censura durante o regime militar, como a canção “Cálice”. A repercussão da rejeição da PEC e as declarações de Eduardo Bolsonaro prometem acirrar ainda mais o debate político no país.