Lula e o Brics: Uma Aposta Arriscada no Cenário Global?

A recente reunião do Brics, convocada pelo presidente Lula, expõe uma estratégia de política externa que tem gerado debates acalorados. Observadores questionam se a aproximação com países como China, Rússia e Irã representa um distanciamento dos valores democráticos ocidentais e dos interesses estratégicos do Brasil. A busca por protagonismo internacional estaria, na prática, comprometendo a relação com parceiros tradicionais e expondo o país a riscos econômicos?

Lula tem criticado abertamente os Estados Unidos, especialmente em relação a questões tarifárias, o que é visto por alguns como uma retórica populista para angariar apoio interno. Paralelamente, o silêncio em relação a iniciativas como a Nova Rota da Seda chinesa e propostas iranianas de proteção contra sanções levanta preocupações sobre um possível alinhamento com regimes autoritários. “Essa conduta confronta os princípios democráticos que sustentam as relações internacionais modernas”, alerta um analista.

A falta de transparência na condução da cúpula do Brics, marcada pela ausência de um comunicado final, intensifica as críticas. A presença de líderes como Putin e Xi Jinping, de países com histórico de desrespeito à democracia, suscita dúvidas sobre o papel do Brasil nesse novo contexto geopolítico. Estaria o país se tornando um mero coadjuvante em um projeto de contestação da ordem global liderada pelos Estados Unidos?

As consequências dessa política externa podem ser graves para o Brasil, com a possibilidade de aumento de tarifas e sanções econômicas que agravariam a já existente fragilidade econômica. Além disso, o afastamento de parceiros tradicionais pode prejudicar a atração de investimentos e o fortalecimento das relações comerciais, essenciais para o desenvolvimento do país. A aposta em um antagonismo imprudente pode ter um preço alto para a economia brasileira.

Em um cenário global complexo e incerto, o Brasil precisa reconsiderar sua postura e buscar um caminho que combine a defesa de seus interesses com o respeito à legalidade internacional, à democracia e a parcerias equilibradas. A verdadeira soberania, afinal, não se constrói apenas pela oposição ideológica, mas sim pela busca de um papel relevante e construtivo no cenário internacional.

Fonte: http://revistaoeste.com

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