Brasil enfrenta desafios macroeconômicos com deterioração das contas públicas e externas, reacendendo temores de crise

O Brasil se aproxima de 2026 com sinais de alerta na economia, à medida que as contas públicas e externas demonstram deterioração simultânea. Essa combinação desfavorável, conhecida como “déficits gêmeos”, evoca comparações com o cenário enfrentado no final do governo Dilma Rousseff, período marcado por instabilidade fiscal e turbulência política.

Os “déficits gêmeos” se manifestam quando um país registra um déficit nominal expressivo nas contas fiscais e, ao mesmo tempo, um déficit em suas transações com o exterior. No atual governo, ambos os indicadores apresentaram piora, impulsionados pelo aumento dos gastos públicos e um aquecimento econômico questionado por alguns analistas.

A situação fiscal é particularmente preocupante, com as despesas com juros da dívida pública se aproximando de R$ 1 trilhão nos últimos 12 meses. A taxa Selic em patamar elevado contribui para aumentar o custo da dívida, resultando em um déficit nominal de 7,12% do PIB para o governo central, chegando a 8,5% quando considerados estados e municípios.

A dívida pública bruta também segue trajetória ascendente, atingindo 77,5% do PIB em julho, um aumento de seis pontos percentuais desde o início do governo. A ausência de superávits primários consistentes dificulta a redução desse passivo, agravando a situação estrutural das contas públicas.

No âmbito externo, o déficit em conta corrente saltou de 1,4% para 3,5% do PIB em apenas um ano. Esse aumento é atribuído a um desempenho da balança comercial abaixo do esperado e ao crescimento das remessas de lucros e dividendos ao exterior. O aquecimento da economia interna impulsionou as importações, superando os ganhos obtidos com as exportações.

Fonte: http://www.conexaopolitica.com.br

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