Escalada na Ucrânia: Rússia Ameaça Guerra Nuclear se Territórios Ocupados Forem Retomados

Um alto assessor do presidente russo Vladimir Putin elevou a tensão no conflito com a Ucrânia ao alertar sobre o risco de uma guerra nuclear. A ameaça foi proferida caso a Ucrânia, com o apoio da OTAN, tente reaver áreas atualmente sob controle russo. A declaração de Vladimir Medinsky, representante de Moscou nas negociações de paz com Kiev, reacende temores sobre o futuro da segurança global.

Medinsky, em declarações à agência Tass, enfatizou a ausência de espaço para soluções provisórias. Ele argumentou que qualquer cessar-fogo sem um acordo de paz duradouro poderia levar a uma situação instável, comparável ao conflito prolongado na região de Carabaque. “Se o conflito for interrompido na linha de frente e não houver um acordo de paz real – apenas um cessar-fogo – então isso vai se transformar, sabe, como aquela região disputada entre Armênia e Azerbaijão, o Carabaque”, alertou Medinsky.

A escalada retórica de Moscou ecoa a narrativa de que a expansão da OTAN representa uma ameaça direta à segurança russa. A tensão entre a Rússia e a aliança militar ocidental tem aumentado desde a anexação da Crimeia em 2014 e a invasão da Ucrânia em 2022, culminando nas recentes ameaças nucleares. Em contrapartida, a OTAN insiste que sua presença no Leste Europeu tem caráter puramente defensivo, visando proteger os países da região que buscaram adesão à aliança como medida de segurança.

Embora Medinsky não tenha detalhado os termos de uma “paz verdadeira”, ele reafirmou que a Rússia mantém suas exigências para um acordo. Entre as principais condições estão o reconhecimento formal da posse russa de cerca de 20% do território ucraniano e a garantia de que a Ucrânia nunca se juntará à OTAN. Tais exigências representam um obstáculo significativo para qualquer negociação, uma vez que são consideradas inaceitáveis por Kiev e seus aliados.

Em um desenvolvimento paralelo, Rússia e Ucrânia realizaram uma nova troca de prisioneiros de guerra nesta segunda-feira. Embora o número exato de militares libertados não tenha sido divulgado, Medinsky informou que uma lista com 640 nomes foi enviada à Ucrânia no fim de semana. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, confirmou o início do processo de troca, acrescentando que “A troca de hoje já começou. Ela será feita em várias etapas nos próximos dias”.

O conflito, que já ultrapassou dois anos, tem suas raízes na aproximação da Ucrânia com o Ocidente e a OTAN. A resposta da Rússia tem sido caracterizada por ocupações territoriais e advertências contra a integração ucraniana em alianças militares ocidentais. As recentes ameaças nucleares reforçam o impasse diplomático, indicando que qualquer avanço nas negociações dependerá da aceitação, por parte da Ucrânia, de condições consideradas inegociáveis.

Fonte: http://ric.com.br

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