Uma pesquisa recente da Genial/Quaest, divulgada pelo jornal *O Globo*, aponta para uma mudança significativa no cenário político brasileiro. Eleitores com renda de até dois salários mínimos, tradicionalmente alinhados ao PT, mostram um crescente apoio a nomes da direita.
Esse movimento coincide com a queda na popularidade do governo atual, que atingiu seu maior índice de desaprovação na última semana. A pesquisa simulou possíveis cenários para o segundo turno de 2026, revelando um recuo no desempenho de Lula entre os eleitores de baixa renda.
Em um dos cenários, confrontando Lula com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), a diferença entre os dois candidatos diminuiu consideravelmente. Lula viu seu apoio cair de 52% para 49%, enquanto Tarcísio subiu de 27% para 29% nessa faixa de eleitores.
Tarcísio tem investido em programas sociais, como o SuperAçãoSP, que visa a retirar milhares de famílias da pobreza. “O mais importante é a fé, a crença de que é possível superar a pobreza. Com os incentivos corretos, acredito que essas pessoas vão conseguir se emancipar”, afirmou o governador.
Outros nomes da direita também apresentaram crescimento entre os eleitores de baixa renda. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), também ganharam espaço nesse segmento, mostrando uma possível fragmentação do eleitorado.
O cientista político Paulo Baía, da UFRJ, analisa que a percepção de estagnação e a frustração popular impactaram a confiança na população. “O governo insiste em velhas fórmulas, o que consolida um ciclo de desgaste”, disse.
Em 2022, Lula obteve 61% dos votos nesse segmento, contra 33% de Bolsonaro. A pesquisa sugere que a disputa eleitoral está se tornando mais equilibrada, com a direita buscando consolidar seu espaço entre os eleitores de baixa renda e evangélicos.
Fonte: http://revistaoeste.com
