A Apple se prepara para apresentar as novidades de seus sistemas operacionais na WWDC (Worldwide Developers Conference) nesta segunda-feira, 9 de junho de 2025. As atualizações prometem um novo design para o iOS, sistema dos iPhones, além de mudanças significativas para iPads, Macs e outros produtos da gigante tecnológica.
Contudo, o evento deste ano ocorre em um momento particularmente delicado para a Apple. A empresa enfrenta desafios tanto internos quanto externos que lançam uma sombra sobre seus lançamentos. Problemas com o governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, intensificaram a pressão sobre a produção nacional, enquanto crises internas de desenvolvimento resultaram em atrasos e questionamentos sobre a veracidade das promessas em torno da inteligência artificial da empresa.
A saga da Siri personalizada é um exemplo emblemático dessas dificuldades. Na WWDC de 2024, a Apple prometeu uma revolução na assistente virtual, transformando-a em um verdadeiro “secretário pessoal” capaz de analisar e-mails, fotos e mensagens para se adaptar ao contexto de cada usuário. A demonstração, estrelada pela atriz Bella Ramsey, gerou grande expectativa, mas reportagens recentes indicam que a realidade pode ser bem diferente.
Segundo o jornalista John Gruber, a demonstração da Siri personalizada foi, na verdade, um “vídeo conceitual”, e não uma funcionalidade pronta para ser lançada. O portal *The Information* vai além, sugerindo que o recurso pode nunca ter existido de fato. “Se a verdade fosse que a Apple só tinha recursos prontos para serem lançados no próximo ano, e que eram apostas mínimas em comparação com o resto da indústria, essa era a história que eles precisavam contar”, disse Gruber, ressaltando a necessidade de transparência.
Além dos problemas de desenvolvimento, a Apple enfrenta a crescente pressão do governo Trump para transferir sua produção para os Estados Unidos. As tarifas impostas pelo governo a parceiros comerciais, incluindo a China, onde a Apple produz grande parte de seus iPhones, ameaçam aumentar significativamente os custos de produção. A alternativa de transferir a produção para a Índia também não agrada o presidente, que insiste na produção em solo americano.
A pressão de Trump já impactou o valor de mercado da Apple, que perdeu o posto de empresa mais valiosa do mundo para a Microsoft e a Nvidia. A dificuldade em atender às exigências do governo reside não apenas no custo da mão de obra, mas na alta especialização da força de trabalho nos países asiáticos. A falta de profissionais qualificados nos Estados Unidos impede que a Apple transfira toda a sua produção para o país, mesmo que desejasse.
Diante desse cenário complexo, a WWDC 2025 se torna um evento crucial para a Apple. A empresa precisa apresentar inovações que justifiquem as expectativas, ao mesmo tempo em que lida com as pressões internas e externas que ameaçam sua posição de liderança no mercado tecnológico.
Fonte: http://www.poder360.com.br
