Em um movimento que pode sinalizar um abrandamento nas tensões comerciais, a China concedeu licenças temporárias para a exportação de terras raras a três empresas automotivas dos Estados Unidos. A informação foi divulgada pela agência Reuters. Esses materiais são cruciais para diversos setores, incluindo o automotivo, energia eólica e até mesmo a área da saúde, em equipamentos como aparelhos de ressonância magnética.
Sendo a maior exportadora mundial de terras raras, com cerca de 70% do mercado global, a China adota um processo seletivo para aprovar empresas que podem adquirir esses materiais. O sistema de licenciamento, implementado em abril de 2025, tem gerado atrasos nas entregas, impactando fabricantes em diversos setores dependentes desses elementos.
A preocupação com a escassez de terras raras já chegou à Europa. O comissário europeu de Comércio, Maroš Šefčovič, questionou o ministro do Comércio da China, Wang Wentao, sobre a falta desses elementos e de ímãs permanentes que afeta a indústria automobilística do continente.
Para as empresas americanas, a situação se torna ainda mais sensível devido ao contexto da guerra comercial entre os dois países. A porta-voz do Ministério do Comércio da China, He Yongqian, ao ser questionada sobre uma possível revisão do sistema de licenciamento, declarou que o controle sobre as exportações é uma prática internacional, considerando que as terras raras podem ser usadas em aplicações militares.
Apesar das preocupações, a China indicou que continuará analisando os pedidos de compra, sem sinalizar uma mudança imediata para acelerar o processo. Segundo He Yongqian, o país manterá a análise dos pedidos, mas não ofereceu garantias de uma revisão que agilize o processo.
Fonte: http://www.poder360.com.br
