O custo de vida na região metropolitana de São Paulo apresentou uma alta de 0,43% em abril, um ritmo mais lento em comparação com os meses anteriores. Apesar da desaceleração, o aumento acumulado nos últimos 12 meses ainda atinge 6,13%, conforme aponta a pesquisa Custo de Vida por Classe Social, divulgada pela FecomercioSP nesta terça-feira (03.jun.2025).
A inflação acumulada no primeiro quadrimestre de 2025 é de 2,33%, indicando que a desaceleração de abril não foi suficiente para reduzir significativamente o índice anual. A pressão inflacionária dos alimentos no último trimestre de 2024 teve um impacto considerável no resultado, com o setor de alimentação e bebidas registrando um aumento de 0,6% em abril, em comparação com março.
Itens básicos da cesta de compras do brasileiro, como tomate (19,86%), batata-inglesa (8,39%) e cebola (4,98%), foram os que mais encareceram no mês. No acumulado de 12 meses, o grupo de alimentação e bebidas registra uma inflação de 8,63%, o maior nível desde fevereiro de 2023, acumulando uma alta de 2,39% em 2025.
Outros alimentos que apresentaram aumentos expressivos no período de um ano foram o café moído (65,36%), o alho (21,52%) e o brócolis (12,11%). Além dos alimentos, o reajuste dos medicamentos, com teto fixado em 5,06% e iniciado no final de março, também contribuiu para a elevação do custo de vida em abril.
A FecomercioSP destaca que os aumentos nos medicamentos têm um impacto maior nas classes de menor poder aquisitivo. No recorte por classe social, as famílias mais pobres foram as mais afetadas pelo custo de vida no acumulado de 12 meses, com variações de 6,74% para a Classe E e 6,73% para a Classe D, enquanto a Classe A registrou uma alta de 5,82%. No entanto, em abril, as famílias da Classe A sentiram um aumento maior no custo de vida (0,48%) do que a Classe E (0,38%).
“Um dos fatores apontados pela Federação para esta inversão temporária foi o encarecimento da alimentação fora do domicílio, com alta de 0,62%, que afeta proporcionalmente mais o orçamento das famílias de maior renda”, informa o estudo. O setor de vestuário também apresentou elevação de 1,39% em abril, influenciado pela troca de coleções com a chegada das estações mais frias.
Apenas dois grupos de consumo apresentaram deflação em abril: educação (-0,06%) e habitação (-0,05%). Entretanto, o setor de habitação pode registrar alta em maio devido à mudança da bandeira tarifária de energia elétrica, que passou de verde para amarela. A pesquisa da FecomercioSP utiliza dados do IBGE para monitorar as variações de preços na região metropolitana de São Paulo.
Fonte: http://www.poder360.com.br