O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deverá anunciar hoje, após as 18h30, a nova taxa básica de juros da economia brasileira. A expectativa do mercado financeiro é de um novo aumento da Selic, que pode atingir o patamar mais elevado desde 2006, marcando o maior juro no Brasil em quase duas décadas.
Simultaneamente, o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, também se reunirá para definir a taxa de juros da maior economia mundial. A decisão do Fed, em conjunto com a do Copom, terá um impacto significativo nos mercados globais e na percepção de risco dos investidores.
De acordo com as projeções compiladas pelo boletim Focus do BC, a maioria dos analistas prevê que o Copom elevará a taxa de juros em 0,5 ponto percentual, levando a Selic para 14,75% ao ano. Este seria o sexto aumento consecutivo da taxa, embora represente uma desaceleração em relação aos três aumentos anteriores de um ponto percentual.
Atualmente, a Selic está em 14,25%, nível semelhante ao registrado durante a crise econômica que culminou no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff em 2016. Caso a projeção de 14,75% se confirme, a taxa básica de juros atingirá o patamar mais alto desde agosto de 2006, quando também se encontrava nesse patamar.
O foco do mercado não se limita apenas à magnitude do aumento, mas também às futuras decisões do Banco Central. “A persistência nos níveis inflacionários tem preocupado o Banco Central”, afirma Luís Alberto de Paiva, economista e sócio-fundador da Corporate Consulting, que prevê uma alta de 0,5 ponto percentual. Segundo ele, o aumento da taxa de juros é uma ferramenta para conter o consumo e controlar a inflação.
Entretanto, Sidney Lima, analista CNPI da Ouro Preto Investimento, alerta que a escalada da Selic para controlar a inflação expõe o alto endividamento do setor público e a dificuldade do governo em reduzir os gastos. “O que mais preocupa na iminente subida da Selic a 14,75% não é a decisão em si, mas o contexto: um país com inflação resiliente, setor público endividado e um mundo cada vez mais avesso ao risco.”
Fonte: http://agoranoticiasbrasil.com.br